Tenho uma mania que não sei se é boa ou ruim. Em minha opinião, acho boa. Mas, não sei o que você, leitor, pensa. Esta minha mania é a seguinte: sempre que tomo conhecimento de um fato de grande repercussão tento me colocar no lugar... tento saber como eu agiria. Será que sou corajosa assim? Será que sou honesta como tal pessoa? Será que sou capaz de amar como esta outra? Será que perdoaria em tal situação? Claro que nem sempre tenho as respostas. Nessa semana que acabou o meu exercício foi motivado pela renúncia do papa Bento 16. Será que tenho humildade para admitir minha incapacidade para alguma coisa?
A renúncia do papa pegou todo mundo de surpresa na segunda-feira, 11. Afinal, a última renúncia ( houve três outras) aconteceu há mais de 600 anos. Especulações sobre pressões internas no Vaticano também não faltaram para encontrar justificativas. Mas não quero confabular sobre a política do Vaticano ou o impacto dessa renúncia sobre o mundo católico. Quero falar do ato de admitir ser ou estar incapaz para alguma coisa.
Em sua declaração oficial, Bento 16
( Joseph Ratzinger) disse:
" [...] Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado.[...]"
Esse trecho da declaração de Bento 16 é ou não um ato de humildade? Será que eu conseguiria ter essa atitude? Será que você teria? Sei que você pode dizer que ele já vai fazer 86 anos, está velho e cansado e 'tava na hora de dar a vez a alguém mais jovem, com propostas mais progressistas. Mas também não quero conduzir nossa confabulação por aí.
Muitas vezes somos testados sobre nossa humildade nas coisas mais simples do dia a dia. Nem sempre, evidentemente, convivemos bem com isso. Temos que provar que somos bons em tudo o que nos propomos. Que somos incansáveis e eternos. Que nunca adoecemos, que nunca sofremos, nunca choramos, nunca temos vontade de parar tudo e ficar quietinhos, sem fazer nada, só descansando. Ser humilde parece ser fraco.
Mesmo que Bento 16 não tenha exalado a mesma energia e carisma que João Paulo II, com esse seu ato passei a admirá-lo. Não é qualquer um que solta assim o bastão de uma religião com mais de 1 bilhão de seguidores no mundo. Não é fácil renunciar ao poder. Que o diga nossos governantes.
Antes de publicar esta confabulação conversei sobre isso com o meu marido. Perguntei-lhe se ele seria capaz de renunciar. "Por que não?", respondeu. "Você acha que não é capaz?". Disse-lhe que não tinha certeza. "Esqueceu que você renunciou ao trabalho da Defensoria (Pública da Bahia) ?" De fato eu tinha esquecido. Trabalhava em dois lugares e planejava deixar um deles em 2010. Queria permanecer na coordenação de Comunicação da DPE. Mas, justamente por ser a mais desafiadora e que me exigia muita dedicação, tive que renunciar a ela quando passei a engordar a estatística de hipertensos. Foi uma decisão difícil e chorei muito quando a tomei. Precisava cuidar mais da saúde.
Queria saber de você: já renunciou alguma vez algo importante para você? Foi difícil? O que motivou sua decisão? Se você fosse o papa, teria renunciado? Venha cá e confabule comigo.
A renúncia do papa pegou todo mundo de surpresa na segunda-feira, 11. Afinal, a última renúncia ( houve três outras) aconteceu há mais de 600 anos. Especulações sobre pressões internas no Vaticano também não faltaram para encontrar justificativas. Mas não quero confabular sobre a política do Vaticano ou o impacto dessa renúncia sobre o mundo católico. Quero falar do ato de admitir ser ou estar incapaz para alguma coisa.
Em sua declaração oficial, Bento 16
( Joseph Ratzinger) disse:
" [...] Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado.[...]"
Esse trecho da declaração de Bento 16 é ou não um ato de humildade? Será que eu conseguiria ter essa atitude? Será que você teria? Sei que você pode dizer que ele já vai fazer 86 anos, está velho e cansado e 'tava na hora de dar a vez a alguém mais jovem, com propostas mais progressistas. Mas também não quero conduzir nossa confabulação por aí.
Muitas vezes somos testados sobre nossa humildade nas coisas mais simples do dia a dia. Nem sempre, evidentemente, convivemos bem com isso. Temos que provar que somos bons em tudo o que nos propomos. Que somos incansáveis e eternos. Que nunca adoecemos, que nunca sofremos, nunca choramos, nunca temos vontade de parar tudo e ficar quietinhos, sem fazer nada, só descansando. Ser humilde parece ser fraco.
Mesmo que Bento 16 não tenha exalado a mesma energia e carisma que João Paulo II, com esse seu ato passei a admirá-lo. Não é qualquer um que solta assim o bastão de uma religião com mais de 1 bilhão de seguidores no mundo. Não é fácil renunciar ao poder. Que o diga nossos governantes.
Antes de publicar esta confabulação conversei sobre isso com o meu marido. Perguntei-lhe se ele seria capaz de renunciar. "Por que não?", respondeu. "Você acha que não é capaz?". Disse-lhe que não tinha certeza. "Esqueceu que você renunciou ao trabalho da Defensoria (Pública da Bahia) ?" De fato eu tinha esquecido. Trabalhava em dois lugares e planejava deixar um deles em 2010. Queria permanecer na coordenação de Comunicação da DPE. Mas, justamente por ser a mais desafiadora e que me exigia muita dedicação, tive que renunciar a ela quando passei a engordar a estatística de hipertensos. Foi uma decisão difícil e chorei muito quando a tomei. Precisava cuidar mais da saúde.
Queria saber de você: já renunciou alguma vez algo importante para você? Foi difícil? O que motivou sua decisão? Se você fosse o papa, teria renunciado? Venha cá e confabule comigo.
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