Com 12 anos e meio tive autorização para ir à formatura do meu pai em Administração. Na década de 1970 era tradição as formaturas do colegial (que depois foi chamado de científico, depois de 2º grau e atualmente de Nível Médio). Se você é tem menos de 40 anos, talvez não saiba o que isso representava. Era uma honra recheada de emoção para uma garota, principalmente porque teria a oportunidade de ver como era um baile. Crianças ou pré-adolescentes não participavam de eventos à noite.
Junto com o pacote de sonho veio o meu primeiro vestido longo. Tudo simples, sem brilhos, mas, aos meus olhos, lindo: rosa, com alça em V e marcação sob os seios. Era a segunda formatura de Nilton Cavalcante Amorim; dois anos antes ele se formara em Contabilidade. Era o máximo que se chegava em Paulo Afonso (BA), onde ainda não havia faculdades.
Toda a solenidade acontecia no Clube Paulo Afonso (COPA). A entrega dos diplomas e o baile. Tudo com muita formalidade e respeito. Lindo! Um a um dos formandos eram chamados e entravam com seu par. No caso de papai, minha mãe.Eles ficavam perfilados e iam sendo homenageados com seus diplomas, e aplaudidos por todos. Depois vinha o baile, com a valsa que eu amava!
Nestes últimos três anos tenho ido à solenidades de formatura dos filhos de amigos-vizinhos e do meu próprio filho. Desta vez formaturas em cursos de nível superior. E vou apenas para participar deste momento tão importantes para formandos e seus pais. Na de Acácio, pelo óbvio. Mas fico frustrada e constrangida a cada vez, confesso. Em minha opinião, o ritmo dado às formaturas pelas agências de eventos especializadas e pelos próprios formandos, com a complacência das faculdades, fez com que se perdesse a elegância, a formalidade, o glamour. Fez com que ganhasse a marca da falta de educação.
As cerimônias de formatura viraram uma baderna, convenhamos. O silêncio respeitoso foi substituído pelo barulho ensurdecedor de cornetas que são tocadas incessantemente próximas aos ouvidos de quem está sentado na fila da frente. Os aplausos indistintos a todos os formandos por sua conquista foram substituídos pela barulhenta torcida de cada um. Uma aberração; o máximo da falta de educação! A cada formando chamado para colar grau e receber o diploma, de um salão imenso ( como é o caso Salão Iemanjá do Centro de Convenções da Bahia) apenas os seus convidados se levantam e aplaudem. Todo o resto fica quieto em seu canto, com cara de tédio e de "que horas isso vai acabar?". Se o grupo é grande, o barulho é proporcional. Se o aluno é de outra cidade e tem apenas dois ou três convidados, fica um silêncio constrangedor. Que feio!!!
Ainda tem o fato de que o mestre de cerimônias foi substituído por dois formandos. Como um homenageado pode conduzir a cerimônia??!! Pais corujas podem até achar uma graça seu/sua filho(a) gaguejar ao ler, pela emoção e pela falta de experiência, as características dos colegas. Mas, tecnicamente, é deselegante. Formando é formando. Mestre de cerimônia é mestre de cerimônia.
Apesar de achar uma boa homenagem aos pais, cônjuges e outros parentes subir ao palco e participar mais ativamente da cerimônia, acho um equívoco a entrega do canudo a um dos pais para que este o entregue ao filho. Quem se forma é o aluno. Quem forma é a faculdade. Então, quem deve receber das mãos do representante da escola é o formando. Aos pais caberia a comemoração, o abraço, a foto para a posteridade.
Definitivamente não gosto dessa roupagem pós moderna das formaturas. Se há a opção por uma cerimônia formal, com beca e roteiro solene, que assim seja. Que a educação seja restaurada e todos aplaudam todos. Que o aplauso e assovios - vá lá! - sejam as únicas formas de homenagem por parte dos convidados. Cornetas ficam melhor em jogos da Copa do Mundo. Que formandos sejam apenas formando e não cerimonialistas. Que usem a tribuna apenas para o juramento e o discurso do orador da turma. E que as faculdades assumam o comando das suas cerimônias de formatura. A informalidade deve ficar para depois, para a festa, onde a música fará par certo com a alegria extravasada.
Você pode discordar e até achar exagerado e intolerante o meu pensar, mas, definitivamente, tenho saudade das formaturas dos velhos tempos.
Junto com o pacote de sonho veio o meu primeiro vestido longo. Tudo simples, sem brilhos, mas, aos meus olhos, lindo: rosa, com alça em V e marcação sob os seios. Era a segunda formatura de Nilton Cavalcante Amorim; dois anos antes ele se formara em Contabilidade. Era o máximo que se chegava em Paulo Afonso (BA), onde ainda não havia faculdades.
Toda a solenidade acontecia no Clube Paulo Afonso (COPA). A entrega dos diplomas e o baile. Tudo com muita formalidade e respeito. Lindo! Um a um dos formandos eram chamados e entravam com seu par. No caso de papai, minha mãe.Eles ficavam perfilados e iam sendo homenageados com seus diplomas, e aplaudidos por todos. Depois vinha o baile, com a valsa que eu amava!
Nestes últimos três anos tenho ido à solenidades de formatura dos filhos de amigos-vizinhos e do meu próprio filho. Desta vez formaturas em cursos de nível superior. E vou apenas para participar deste momento tão importantes para formandos e seus pais. Na de Acácio, pelo óbvio. Mas fico frustrada e constrangida a cada vez, confesso. Em minha opinião, o ritmo dado às formaturas pelas agências de eventos especializadas e pelos próprios formandos, com a complacência das faculdades, fez com que se perdesse a elegância, a formalidade, o glamour. Fez com que ganhasse a marca da falta de educação.
As cerimônias de formatura viraram uma baderna, convenhamos. O silêncio respeitoso foi substituído pelo barulho ensurdecedor de cornetas que são tocadas incessantemente próximas aos ouvidos de quem está sentado na fila da frente. Os aplausos indistintos a todos os formandos por sua conquista foram substituídos pela barulhenta torcida de cada um. Uma aberração; o máximo da falta de educação! A cada formando chamado para colar grau e receber o diploma, de um salão imenso ( como é o caso Salão Iemanjá do Centro de Convenções da Bahia) apenas os seus convidados se levantam e aplaudem. Todo o resto fica quieto em seu canto, com cara de tédio e de "que horas isso vai acabar?". Se o grupo é grande, o barulho é proporcional. Se o aluno é de outra cidade e tem apenas dois ou três convidados, fica um silêncio constrangedor. Que feio!!!
Ainda tem o fato de que o mestre de cerimônias foi substituído por dois formandos. Como um homenageado pode conduzir a cerimônia??!! Pais corujas podem até achar uma graça seu/sua filho(a) gaguejar ao ler, pela emoção e pela falta de experiência, as características dos colegas. Mas, tecnicamente, é deselegante. Formando é formando. Mestre de cerimônia é mestre de cerimônia.
Apesar de achar uma boa homenagem aos pais, cônjuges e outros parentes subir ao palco e participar mais ativamente da cerimônia, acho um equívoco a entrega do canudo a um dos pais para que este o entregue ao filho. Quem se forma é o aluno. Quem forma é a faculdade. Então, quem deve receber das mãos do representante da escola é o formando. Aos pais caberia a comemoração, o abraço, a foto para a posteridade.
Definitivamente não gosto dessa roupagem pós moderna das formaturas. Se há a opção por uma cerimônia formal, com beca e roteiro solene, que assim seja. Que a educação seja restaurada e todos aplaudam todos. Que o aplauso e assovios - vá lá! - sejam as únicas formas de homenagem por parte dos convidados. Cornetas ficam melhor em jogos da Copa do Mundo. Que formandos sejam apenas formando e não cerimonialistas. Que usem a tribuna apenas para o juramento e o discurso do orador da turma. E que as faculdades assumam o comando das suas cerimônias de formatura. A informalidade deve ficar para depois, para a festa, onde a música fará par certo com a alegria extravasada.
Você pode discordar e até achar exagerado e intolerante o meu pensar, mas, definitivamente, tenho saudade das formaturas dos velhos tempos.
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