Retomo minhas confabulações, suspensas em novembro do ano passado. Como promessa de ano novo quero me determinar a confabular com vecês ao menos uma vez por semana, estejam onde estiver. Hoje minha cabeça está tomada por um pensamento: será que somos todos deuses? Devemos ser ou pensamos que somos. Explico.
Ontem, um amigo do Facebook compartilhou em apoio uma postem de alguém que dizia que todos os viciados em crack deveriam ser executados porque só dão despesas aos cofres públicos. Ele se posicionou contra a internação compulsória e defendeu que os dependentes da droga deveriam ser colocados em um navio e serem afundados no mar. Vixe! Não é por aí!
Hoje, enquanto termino o café da manhã e me levanto para ir ao trabalho, ouço uma chamada do noticiário da globo dizendo que um ministro do Japão defendia que os idosos doentes deveriam ter a morte acelerada pelo mesmo motivo: despesas para os cofres públicos. Um sonoro "Oxi, tá doido?!!" foi a minha reação. Só vi a matéria na íntegra depois.
Com duas situações seguidas da outra estou me perguntando se somos deuses. Só Deus, afinal, pode dizer quando a vida deve acabar. Claro que muiiiita gente não liga pra isso e sai tirando a vida do outro e até a sua própria. Mas acredito que a vida se extingue, naturalmente, quando tem que ser.
Sei pessoalmente dos problemas que são causados por usuários de droga. Mas nem por isso acho que eles tem que ser executados. Evidente que na loucura provocada pelo vício muitos deles procuram, inconscientemente a própria morte - seja por overdose, por um traficante a quem deve ou pela polícia em uma suposta reação.
Sei que as pessoas estão vivendo mais porque, mesmo com toda a miséria que ainda existe no mundo, a qualidade de vida melhorou. Infelizmente muitos passam dos 80 anos sem a saúde que gostariam de ter e/ou que gostaríamos, como familiares, que tivessem. E sofremos ambos - eles e nós.
Coincidentemente, os dois casos estão relacionados diretamente com família. E aí me pergunto: será que as pessoas esquecem que a roda da vida gira e, com isso, o que vai, volta? Os dois casos, em minha opinião, refletem falta de amor. As famílias estão desestruturadas, com os pais se omitindo dos seus papéis e fazendo as vezes, apenas, de fornecedores. Desde bebês os filhos crescem sem saber que há limites, que existe o não, que todas ação tem uma reação e que cada ato traz uma consequência.
De criança se pode entrar em uma armadilha da droga e não conseguir sair dela facilmente, principalmente se os pais não tiverem grana para bancar as caras clínicas ou comunidades terapêuticas espalhadas pelo Brasil. As ações públicas para o tratamento de drogadas, antes da internação compulsória de São Paulo e futuramente da Bahia, se limitavam a ações psicossociais ambulatoriais via CAPs ou outros centros. Quem tá no fundo da lama não consegue discernir o que é melhor para si.
Quando alcançamos a idade avançada sofremos consequência de como vivemos daí pra trás. Se vivemos com qualidade, teremos velhice com qualidade. Para o oposto, uma vida com danos ao corpo, mente e alma nossos de cada dia.
Verbas públicas são desviadas todos os dias no Brasil e no mundo. Se fossem destinadas à educação, à moradia, à geração de emprego, à alimentação, prioritariamente, teríamos que gastar bem menos com a saúde.
Portanto, vamos ser menos deuses, colocar nossos pés no chão e fazer a parte que cabe a cada um nesta caminhada: cuidar de quem está sob sua responsabilidade, amando, educando, respeitando. Vamos ajudar a salvar aqueles que ainda podem ser salvos. Afinal, como diz a frase atribuída a Edmund Burke, para que o mal vença basta que os bons não façam nada. Vamos deixar que Deus defina quem vai, e quando vai, morrer.
Qual a sua opinião sobre isso? Confabule comigo.
Ontem, um amigo do Facebook compartilhou em apoio uma postem de alguém que dizia que todos os viciados em crack deveriam ser executados porque só dão despesas aos cofres públicos. Ele se posicionou contra a internação compulsória e defendeu que os dependentes da droga deveriam ser colocados em um navio e serem afundados no mar. Vixe! Não é por aí!
Hoje, enquanto termino o café da manhã e me levanto para ir ao trabalho, ouço uma chamada do noticiário da globo dizendo que um ministro do Japão defendia que os idosos doentes deveriam ter a morte acelerada pelo mesmo motivo: despesas para os cofres públicos. Um sonoro "Oxi, tá doido?!!" foi a minha reação. Só vi a matéria na íntegra depois.
Com duas situações seguidas da outra estou me perguntando se somos deuses. Só Deus, afinal, pode dizer quando a vida deve acabar. Claro que muiiiita gente não liga pra isso e sai tirando a vida do outro e até a sua própria. Mas acredito que a vida se extingue, naturalmente, quando tem que ser.
Sei pessoalmente dos problemas que são causados por usuários de droga. Mas nem por isso acho que eles tem que ser executados. Evidente que na loucura provocada pelo vício muitos deles procuram, inconscientemente a própria morte - seja por overdose, por um traficante a quem deve ou pela polícia em uma suposta reação.
Sei que as pessoas estão vivendo mais porque, mesmo com toda a miséria que ainda existe no mundo, a qualidade de vida melhorou. Infelizmente muitos passam dos 80 anos sem a saúde que gostariam de ter e/ou que gostaríamos, como familiares, que tivessem. E sofremos ambos - eles e nós.
Coincidentemente, os dois casos estão relacionados diretamente com família. E aí me pergunto: será que as pessoas esquecem que a roda da vida gira e, com isso, o que vai, volta? Os dois casos, em minha opinião, refletem falta de amor. As famílias estão desestruturadas, com os pais se omitindo dos seus papéis e fazendo as vezes, apenas, de fornecedores. Desde bebês os filhos crescem sem saber que há limites, que existe o não, que todas ação tem uma reação e que cada ato traz uma consequência.
De criança se pode entrar em uma armadilha da droga e não conseguir sair dela facilmente, principalmente se os pais não tiverem grana para bancar as caras clínicas ou comunidades terapêuticas espalhadas pelo Brasil. As ações públicas para o tratamento de drogadas, antes da internação compulsória de São Paulo e futuramente da Bahia, se limitavam a ações psicossociais ambulatoriais via CAPs ou outros centros. Quem tá no fundo da lama não consegue discernir o que é melhor para si.
Quando alcançamos a idade avançada sofremos consequência de como vivemos daí pra trás. Se vivemos com qualidade, teremos velhice com qualidade. Para o oposto, uma vida com danos ao corpo, mente e alma nossos de cada dia.
Verbas públicas são desviadas todos os dias no Brasil e no mundo. Se fossem destinadas à educação, à moradia, à geração de emprego, à alimentação, prioritariamente, teríamos que gastar bem menos com a saúde.
Portanto, vamos ser menos deuses, colocar nossos pés no chão e fazer a parte que cabe a cada um nesta caminhada: cuidar de quem está sob sua responsabilidade, amando, educando, respeitando. Vamos ajudar a salvar aqueles que ainda podem ser salvos. Afinal, como diz a frase atribuída a Edmund Burke, para que o mal vença basta que os bons não façam nada. Vamos deixar que Deus defina quem vai, e quando vai, morrer.
Qual a sua opinião sobre isso? Confabule comigo.
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