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Amar todos os dias ajuda nas despedidas


No domingo passado li e compartilhei um mensagem atribuída ao espírito André Luiz, psicografada por Chico Xavier. Ela diz assim:

“Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje. Pois o importante é viver hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha.

Fiquei confabulando com meus botões: será que tenho feito isso? Numa rápida revisão das minhas atitudes acho que sim. Pelo menos na maioria das vezes. Em minha casa pratico a terapia do abraço e do beijo.  Não saio de casa sem dar um beijo em meu marido e meu filho. Ao voltar, faço a mesma coisa. Quando meus pais ou meus irmãos estão em minha casa, faço a mesma coisa. Abraço. Beijo. Minha mãe se derrete com beijinho nos olhos. Criei até o abraço de caranguejo que tem feito sucesso porque, além do amor transmitido, é uma rápida massagem. Não sabe como é? Eu lhe ensino, pois aprendi ao ver caranguejos em um viveiro na praia da Sereia, em Maceió..


Abraço de caranguejo:

Abrace a pessoa, cruzando os seus braços no meio das costas dela. Depois, com as mãos espalmadas, vá passando essa mão do meio para fora. Faça isso da cintura até perto dos ombros. Faça esse movimento com pressão, passando todo o amor que você sente. A sensação será a de que sua mão se multiplicará.


Desde adolescente preferi observar e não repetir ações que tenham causado dor em pessoas perto de mim. Não acredito muito  na velha frase que só se aprende errando. Não! Podemos aprender observando também.  Como já ouvi relatos de casos em que pessoas que saíram de casa brigados com filho, marido, irmão ou pais e não tiveram oportunidade de fazer as pazes por um ou outro ter morrido, prefiro não arriscar. Sei lá o que vai acontecer no próximo minuto!

Também no domingo fomos surpreendidos com a tragédia da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), com 232 jovens mortos até o momento. Não consigo deixar de pensar em quantos deles deixaram de dizer ou fazer algo que queriam, mas preferiram adiar para curtir a festa acreditando que, por serem jovens, teriam todo o tempo do mundo. 

Penso nos pais, irmãos, amigos... Quantos deles terão, além da dor pela brusca e trágica separação,  a culpa de não ter demonstrado o amor que sentiam em sua plenitude, de não ter perdoado falhas e mágoas por ventura provocadas anteriormente?

Aí, lembro de uma palestra que assisti do espírita Luiz Bassuma, onde ele falou sobre "estar de malas prontas" para o regresso. É, segundo ele, um exercício diário de avaliação das atitudes. Se eu morresse hoje, levaria alguma culpa por algo que fiz ou deixei de fazer? Tenho rancor guardado em meu coração?  Fiz a alguém o que não gostaria que fizessem a mim? Um exercício difícil, convenhamos. 

Como um adicto e/ou um alcoólico em recuperação, sou uma pessoa autoritária, sem tolerância e paciência com muita coisa, mas em recuperação. Fico mansa um dia de cada vez. Só por hoje. Procuro não guardar rancor ou mágoa. Procuro exercitar o perdão - embora pouco ou quase nada tenha a perdoar. Tento não esperar muito das pessoas e, para não sofrer por causa do esquecimento de alguém querido pelo meu aniversário, antecipo-me e alardeio que meu aniversário é naquele dia e que estou buscando meu abraço, meu carinho... a depender da pessoa, claro, o meu presente. Com meu pai e minha mãe,ligo para eles no interior, inclusive, para agradecer por eles terem viabilizado a minha vinda nesta encarnação. Isso não quer dizer que não tenho recaída. Tenho, sim. E como!!


Sabe, Chico Xavier disse certa vez que:


“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.”

Tenho procurado colocar coisas boas, que me façam leve e feliz e que levem alegria e felicidade para os que estão ao meu lado.

E você? Tem feito seu exercício? Tem coragem de estender a mão primeiro em uma aliança de reconciliação e paz?  Tem revisado sua mala diariamente para não ser surpreendido com uma separação inevitável, em uma data desconhecida, daqueles que tem um lugar em seu coração? Permita-se fazer boas inscrições nas páginas do seu livro do tempo. Assim, garantirá que, em uma partida inesperada, seu coração seja tomado apenas pela saudade, jamais pela culpa.

Converse comigo. Conte-me o que pensa sobre isso.

Comentários

  1. Adorei, Vanda! E vou dar uma checada na minha bagagem. Um beijo do Recife para você no Dia do Jornalista.
    Gisela

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  2. Bem oportuno, Vanda querida. Sempre acho que o desespero que alguns de nós sentimos ante a partida de um ente querido tem muito a ver com a culpa. Como você diz, é preciso revisar SEMPRE a mala onde guardamos nossos sentimentos e nos livrarmos de poeiras como mágoa, ressentimento, raiva, coisas que pesam na hora do embarque. Um beijo, querida.

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    Respostas
    1. Às vezes nos apegamos a coisinhas pequenas. Revisar ajuda. Outro beijo pra você.

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  3. Gostei muito Vanda, parabéns, como ja dizia Freud
    "Não se deve ser mesquinho com o afeto; o que se gasta das reservas é renovado pelo próprio ato de gastar."

    Amor, amor e amor!

    Thaís Ramos

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    Respostas
    1. Obrigada, Thais. Como disse na rede social, abri meu corção.

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  4. Adorei Vanda. É um exercicio dificil, mas procuro sempre estar bem com meus queridos pra que não haja nenhum arrependimento. Bjo!

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