Na minha adolescência houve o rumor de que o mundo acabaria no ano 2000. Em minha sede de viver, ficava indignada. Deus não poderia fazer isso comigo. Afinal, eu teria só 38 anos e não teria vivido quase nada. Naquele momento eu sonhava em completar 15 anos, debutar... sim, debutar, dançar valsa, como ainda hoje acontece em algumas cidades pequenas. Depois disso já planejava meu sonho dos 18 e dos 25 anos. Por que essas idades? Porque eram emblemáticas para mim. Nos 15 eu me tornaria "moça". Aos 18 entraria na vida adulta e aos 25 queria minha independência financeira. Como, então, o mundo poderia acabar quando eu nem tivesse chegado aos 40 anos?
Meus 15 anos chegaram. Eu cursava a 8ª série. Não participei do Baile de Debutantes. Meu pai me convenceu que eu lucraria mais se fizesse uma festinha em casa, onde eu poderia receber meus amigos e colegas da escola. No baile, os convites seriam limitados, como acontece hoje nas festas de formatura. Não foram todos os que convidei para minha festa, mas os que foram se divertiram muito. E eu, claro, fiquei feliz com a comemoração da minha nova idade.
No mesmo ano, dois meses depois, encontrei o meu amor na figura de um carinha de 20, cabeludo, vindo da capital, Salvador.Não ficamos juntos pra toda vida, como achava que seria. Pelo menos nos meus 18 anos, recebidos em Recife, onde estudava, ele não estava comigo. Mas entrei na vida adulta dando um rumo à minha intelectualidade e ao meu projeto de 25 anos - iniciava a faculdade de Comunicação Social - Jornalismo, na Unicap. Esquecida, completamente, do fim do mundo previsto para 2000.
Os esperados 25 anos chegaram três anos depois de formada. Já tinha voltado pra minha cidade natal, Paulo Afonso, e seguido para Teixeira de Freitas, no Extremo Sul da Bahia. Independente, era diretora de programação e jornalismo da Rádio Alvorada, onde tinha meu próprio programa de variedades e jornalismo - Jogo Aberto, o carro-chefe da emissora. Comemorei com novos amigos - Milton, Nini e filhos. A amizade permanece. Também não estava ao lado do meu amor dos 15 anos e nem lembrava do fim do mundo.
Sonhei, então, como minha chegada aos 30 anos. E sem planejar, os comemorei ao lado daquele amor da adolescência, reencontrado e reiniciado aos 27 anos. Ele já não era tão cabeludo. Eu já não estava na Paulo Afonso dos 15, no Recife dos 18, nem na Teixeira de Freitas dos 25 anos. Estava em Salvador, como repórter da Tribuna da Bahia e freelance em uns outros lugares, como a maioria dos jornalistas. Sonhei com filhos nesta época, mas eles não vieram. Tinha, porém, ganhado um emprestado. E o fim do mundo estava apagado das minhas lembranças.
Como numa câmera acelerada chegou o ano fatídico: 2000. E o mundo não acabou, graças a Deus! Imaginei, então, como seria chegar aos 40 anos. E ele chegou lindo e feliz! Estava há um ano morando em uma casa com jardim, como na minha infância e adolescência, bem acompanhada pelo meu amor dos 15 anos e seu filho, meu filho emprestado. Oficializamos nossa união de tantos anos no cartório e em uma cerimônia mística celebramos esse amor e a minhas quatro décadas de vida. Naquele dia marquei a próxima comemoração: meus 50 anos.
O tempo volta a correr e a ameaça do fim do mundo volta a pairar sobre nós. Desta vez os maias teriam deixado escrito que tudo acabaria em 2012. Mas... logo nos meus 50 anos?! Ah, não!! Decidi não esquentar, mas não esquecer que eu queria ter 50 anos. E eles chegaram, em 17 de julho, me pegando sem nenhum medo de ser feliz. De cabelos curtos e grisalhos, sem nenhum pingo de tinta senão a que restava do castanho escuro original, festejei minha nova idade e, em nova cerimônia mística, renovei os laços de amor e união com aquele por quem me apaixonei aos 15 e reencontrei aos 27. Como na minha adolescência, não pude reunir todos os amigos. mas os que foram somaram suas energias às nossas, à minha, no jardim da nossa casa.
O ano de 2012 já passou da metade e sinto-me honrada e orgulhosa de ser cinquentona. Sinto-me jovem, em plenitude intelectual e cercada pelo amor da minha família e dos amigos. Cercada pelo amor do meu primeiro e atualíssimo amor - Roberto, e do meu filho emprestado, Cacá. Sem medo de ter 50 anos. Próximo projeto? Festejar os 60 anos. Como será que estarei - estaremos - ao entrar, oficialmente, na "terceira idade"? Não sei, mas tenho 10 anos pela frente para me cuidar e chegar bem, acompanhada, sempre, do amor que encontrei aos 15 anos.
Meus 15 anos chegaram. Eu cursava a 8ª série. Não participei do Baile de Debutantes. Meu pai me convenceu que eu lucraria mais se fizesse uma festinha em casa, onde eu poderia receber meus amigos e colegas da escola. No baile, os convites seriam limitados, como acontece hoje nas festas de formatura. Não foram todos os que convidei para minha festa, mas os que foram se divertiram muito. E eu, claro, fiquei feliz com a comemoração da minha nova idade.
No mesmo ano, dois meses depois, encontrei o meu amor na figura de um carinha de 20, cabeludo, vindo da capital, Salvador.Não ficamos juntos pra toda vida, como achava que seria. Pelo menos nos meus 18 anos, recebidos em Recife, onde estudava, ele não estava comigo. Mas entrei na vida adulta dando um rumo à minha intelectualidade e ao meu projeto de 25 anos - iniciava a faculdade de Comunicação Social - Jornalismo, na Unicap. Esquecida, completamente, do fim do mundo previsto para 2000.
Os esperados 25 anos chegaram três anos depois de formada. Já tinha voltado pra minha cidade natal, Paulo Afonso, e seguido para Teixeira de Freitas, no Extremo Sul da Bahia. Independente, era diretora de programação e jornalismo da Rádio Alvorada, onde tinha meu próprio programa de variedades e jornalismo - Jogo Aberto, o carro-chefe da emissora. Comemorei com novos amigos - Milton, Nini e filhos. A amizade permanece. Também não estava ao lado do meu amor dos 15 anos e nem lembrava do fim do mundo.
Sonhei, então, como minha chegada aos 30 anos. E sem planejar, os comemorei ao lado daquele amor da adolescência, reencontrado e reiniciado aos 27 anos. Ele já não era tão cabeludo. Eu já não estava na Paulo Afonso dos 15, no Recife dos 18, nem na Teixeira de Freitas dos 25 anos. Estava em Salvador, como repórter da Tribuna da Bahia e freelance em uns outros lugares, como a maioria dos jornalistas. Sonhei com filhos nesta época, mas eles não vieram. Tinha, porém, ganhado um emprestado. E o fim do mundo estava apagado das minhas lembranças.
Como numa câmera acelerada chegou o ano fatídico: 2000. E o mundo não acabou, graças a Deus! Imaginei, então, como seria chegar aos 40 anos. E ele chegou lindo e feliz! Estava há um ano morando em uma casa com jardim, como na minha infância e adolescência, bem acompanhada pelo meu amor dos 15 anos e seu filho, meu filho emprestado. Oficializamos nossa união de tantos anos no cartório e em uma cerimônia mística celebramos esse amor e a minhas quatro décadas de vida. Naquele dia marquei a próxima comemoração: meus 50 anos.
O tempo volta a correr e a ameaça do fim do mundo volta a pairar sobre nós. Desta vez os maias teriam deixado escrito que tudo acabaria em 2012. Mas... logo nos meus 50 anos?! Ah, não!! Decidi não esquentar, mas não esquecer que eu queria ter 50 anos. E eles chegaram, em 17 de julho, me pegando sem nenhum medo de ser feliz. De cabelos curtos e grisalhos, sem nenhum pingo de tinta senão a que restava do castanho escuro original, festejei minha nova idade e, em nova cerimônia mística, renovei os laços de amor e união com aquele por quem me apaixonei aos 15 e reencontrei aos 27. Como na minha adolescência, não pude reunir todos os amigos. mas os que foram somaram suas energias às nossas, à minha, no jardim da nossa casa.
O ano de 2012 já passou da metade e sinto-me honrada e orgulhosa de ser cinquentona. Sinto-me jovem, em plenitude intelectual e cercada pelo amor da minha família e dos amigos. Cercada pelo amor do meu primeiro e atualíssimo amor - Roberto, e do meu filho emprestado, Cacá. Sem medo de ter 50 anos. Próximo projeto? Festejar os 60 anos. Como será que estarei - estaremos - ao entrar, oficialmente, na "terceira idade"? Não sei, mas tenho 10 anos pela frente para me cuidar e chegar bem, acompanhada, sempre, do amor que encontrei aos 15 anos.
Vandinha,
ResponderExcluirQue o sol ao nascer, te faça sorrir te mostrando que mais um dia se inicia...
Que o vento leve seus sonhos até Deus, e que todos se realizem ...
Mas quando entardecer e tudo escurecer não desanime, pois as estrelas vão brilhar e logo mais a lua aparecerá...
E se as nuvens cobrirem o céu, feche os olhos e perceba que nem todos os dias são como a gente quer , mas podem começar como a gente sonha ...
Te admiro muito e quero estar vivinha da silva pra ver as comemorações dos 60, 70, 80 e quem sabe 90 anos...rsrsrsrs
Deus a abençoe!!!.Você merece tudo de bom.
beijo com carinho,
Bete