Drogas: Jaques Wagner propõe criação de Pacto Pela Vida e acolhimento de usuários |
Hoje, durante a abertura oficial dos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia, o governador Jaques Wagner falou sobre as realizações do seu governo nos últimos quatro anos e das medidas que adotará desde já no primeiro ano do seu segundo mandato. Na Tribuna da Imprensa, de onde eu acompanhava o discurso junto a dezenas de outros jornalistas - repórteres e assessores de imprensa - queria saber apenas uma coisa: o que seria feito para prevenir e cuidar das milhares de crianças, adolescentes e jovens que se envolveram nas teias traiçoeiras das drogas, que afundaram, principalmente, na fumaça de um miserável cachimbo que queima o crack.
Wagner anunciou oficialmente vai propor a criação, dentro da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, da Superintendência de acolhimento ao usuário de drogas. Que pretende, com isso, garantir maior eficiência do Pacto pela Vida - uma política de segurança pública com a proposta de mobilizar a sociedade civil e "todos aqueles que queiram contribuir para uma cultura de paz". O governador acredita que as iniciativas do Pacto pela Vida vão ajudar a construir um verdadeiro sistema de defesa social.
O projeto ainda não foi encaminhado à Assembleia Legislativa para análise e aprovação dos deputados. Não sei, portanto, se ela trabalhará com a parceria com as outras secretarias, a exemplo das de Saúde e Educação. Quem sofre na pele, no coração e até no bolso por ter alguém da família que sucumbiu ao crack, sabe o quanto ele é diferente das outras drogas. O adicto não tem a capacidade de emergir, respirar fundo e reagir apenas com palestras ou acompanhamento psicológico ou psiquiátrico ambulatorial. É preciso muito mais que isso.
Essa ação não pode se limitar a uma superintendência que acolha apenas. Aliás, como se pretende esse acolhimento? A Fundac também acolhe menores em conflito com a lei, mas sem interdisciplinaridade - ou outro termo que signifique isso - não tem funcionado muito, apesar da extrema sensibilidade, dedicação e competência do seu diretor geral, Valmir Mota. Este, infelizmente, pediu exoneração do cargo ontem (14/02), segundo o site Jornal Grande Bahia.
Volto a sugerir que o Governo da Bahia estude a adoção das seguintes medidas, elencadas a partir de análise dos programas em vigor na Secretaria de Saude:
- inclusão da dependência do crack como uma doença a ser tratada preventivamente;
- criação e implementação do Centro de Referência de Prevenção e Tratamento de Dependência Química;
- inserção no Programa de Saúde do Adolescente – Prosad de planejamento e elaboração, com diferentes setores, de um plano estratégico de ações específicas para os adolescentes voltados para a prevenção e tratamento de dependência química;
- enfrentamento da dependência química com a sua inserção dentro do Programa de Saúde Mental;
- implementação do programa de Prevenção do Abuso de Substâncias Psicoativas – Prevdrogas, com a previsão de leitos em unidades psiquiátricas para tratamento dos casos agudos de dependência do crack.
Tomara que a Bahia esteja acordando, Wagner. Todos ficaremos bem se isso acontecer. Afinal, ninguém está livre de ter um adicto ao seu lado.
E você? Qual sua opinião sobre isso?
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