O futuro é uma estrada desconhecida e depende do nosso querer |
Vejo, atualmente, muita gente argumentando que a adolescência e a juventude são épocas dificieis para saber o que se quer da vida. Ou que carreira quer seguir, por exemplo. E me questiono se essa "compreensão" não se traduz numa tolerância exagerada ou até mesmo em uma compensação, principalmente por parte de pais ausentes, por não se ter tempo de acompanhar e orientar o crescimento da criança.
Sempre que encontro pelo caminho algum adolescente sem sonhos ou um jovem que não sabe que rumo tomar, que não sabe o que quer para o futuro, pergunto-lhes se pelo menos sabem o que não querem para si. Ô, mas 'tamos falando de querer ou de não querer? Dos dois. Bom seria se soubessémos os dois. Mas, na nossa incapacidade de saber um, é importante pelo menos saber o outro. Tiro por mim.
Na área profissional, sempre soube que carreira seguir: jornalismo. Aos 7 anos eu já afirmava isso e mais à frente continuava firme em meu propósito, inspirada por Sandra Passarinho (ela mesmo, a repórter da Globo que voltou à ativa em muito boas reportagens). Aos 16 era repórter das olimpíadas estudantis da minha cidade natal (Paulo Afonso-BA) e aos 17 repórter oficial da minha rua, eleita pelas mulheres dos funcionários da CHESF que enfrentavam sua primeira greve.
Até tentei ser redatora da Rádio Cultura FM, também em PA, mas meu pai "mexeu os pauzinhos"; só que para eu não trabalhar lá. Rádio não era lugar pra moça de família. Ele ainda pensava assim em 1979. Aos 18 fui "raptada" por minha irmã Vitória, que me levou para o Recife, onde terminei o segundo grau e pude entrar, de primeira, na faculdade de Jornalismo. Para meu pai, eu ia passar fome. É claro que os jornalistas ainda são mal remunerados, mas isso não é regra. 'Tou aqui hoje, como vocês sabem. Sou fruto do saber o que queria.
Na vida pessoal foi outra coisa. A vida a dois dos meus pais não era lá bem o que eu queria. Apesar de muito romântica e sonhar com um princípe encantado, não sabia se queria casar e ter filhos. Mas sabia que NÃO QUERIA ser como minha mãe: uma mulher maravilhosa, mas com 11 filhos aos 37 anos, com pouquíssimo estudo (embora nunca tenha esquecido o que aprendeu), dependente financeira e emocionalmente do marido. Aos 41 estava praticamente sem marido, que dividia o tempo com outra pessoa (que felizmente está com ele, sem minha mãe, claro!, há quase 33 anos e através de quem tenho mais seis irmãos). Os filhos mais velhos não concordaram com a separação oficial porque tinham medo de ela não saber administrar a pensão alimentícia. Isso eu não queria pra mim.
Determinei então que primeiro teria uma profissão e depois resolveria o resto. Depender de homem não era minha praia. Com a força do meu querer o do meu não querer tenho uma profissão, que procuro abranger cada vez mais para a comunicação integrada, e tenho ao meu lado um homem que valoriza a mulher que tem. Se será para a vida toda, ninguém sabe. Mas procuramos querer todo dia que seja, sim. E isso faz a diferença.
Queria saber se você conhece a força do seu querer e do seu não querer. Chegue mais e confabule comigo.
Putz grila (pra não falar umopalavrão, rsrsr) quando eu era criança sabia exatamente o que queria: ser arquiteto. aos 25 anos fiz desenho arquitetônico (foi o que a condição permitia).
ResponderExcluirRalei muito, muito, muito mesmo pra conseguir um estágio e trabalhava pela paixão, pq remuneração quase zero. Depois de 6 meses fui convidado pra área comercial numa escola de idiomas e fiz carreira, mas sabe o que? Que saudades tenho da velha régua 'T'. Esse ano vou fazer arquitetura, seja somo tecnólogo ou bacharel...Preciiiiiso disso. Toda vez que passo em frente a uma obra inacabada a cabeça viaja nas plantas de projetos.
Bjs,
Duh