Apesar de achar o futebol uma arte, linda e não tão fácil como muitos pensam, sou torcedora de Copa do Mundo. Só assisto jogo da Seleção Brasileira e quando o faço sou palpiteira, como todo bom torcedor. Sempre considerei equivocado o sistema de gestão do futebol, com um turn over altíssimo de técnicos. É um troca troca danado. Sobe técnico e cai técnico por causa da boa ou má performance do time. Pergunto sempre ao meu marido e a meu filho, torcedores do Bahia, porque jogador nunca é responsabilizado pela baixa produtividade do que interessa: gol? Eles nunca sabem explicar direito. Ou as explicações nunca me convencem.
Nesta semana, tive a resposta com o caso Neymar x Dorival Junior, no Santos. A chave do problema deve estar, mesmo, no patrocínio. Um contrato é encerrado sob argumento do presidente do Santos de que a situação com o técnico ficou insuportável, só porque Dorival quis persistir na punição que impôs ao jogador.
Um filme rodou rápido na minha cabeça: já vimos essa estória antes nas escolas brasileiras. Com o surgimento das escolas privadas, onde o pai pagava para o filho muitas vezes fingir que estudava e ter apenas o certificado de conclusão, a direção das escolas começou a tirar a autoridade do professor. Os estudantes foram ficando cada vez mais ousados e a indisciplina se expandiu para as escolas públicas.
Neymar é muito jovem e não tem, certamente, maturidade para conviver com a fama e o volume de dinheiro que entra em seu bolso mensalmente. Alçado à condição de estrela, acha que tudo pode, inclusive xingar técnico em campo, diante das câmaras, para todo o país ver. Aliás, acha não. Pode! Tanto que o técnico foi considerado birrento por querer manter a punição.
Acho que Dunga estava certo quando não o convocou para a Copa deste ano. Gosto da autoridade do Dunga, mesmo que milhões o conteste. Resta esperar que dirigentes de futebol, e o técnico da Seleção, Mano Menezes, tenham coragem suficiente para impor disciplina a jovens que vivem realidade tão absurdamente distantes dos demais jovens do país, que mal conseguem emprego de um a dois salários mínimos, mesmo que tenham feito faculdade.
É, mais uma vez está provado que a impunidade imprera nesse país. Pior ainda é saber que isso não ocorre apenas no mundo do futebol... A maioria das corporações fazem isso...
ResponderExcluirParabéns pelo post.
Bjks
Duh