O que está acontecendo com as nossas garotas? Aliás, com nossas meninas? Será que elas estão crescendo rápido demais ou continuam frágeis e inocentes, alvos fáceis de pessoas mal intencionadas? Quero confabular hoje sobre as meninas-moça, entre 11 e 14 anos.
Tenho visto repetidamente nos meios de comunicação duas situações que envolvem as meninas: as de sedução por homens adultos e as de envolvimento e fuga para curtirem seus namorados ou “ficantes”.
Outro dia ouvi, em um programa de rádio, um ouvinte na faixa dos "inta" pedindo orientação, porque uma vizinha, de 13 anos, que tinha corpo de mulher, ficava provocando ele, paquerando-o, insistindo. Ele foi aconselhado a cair fora, porque poderia se meter em uma fria. Vejamos o que prevê a lei no Brasil:
A lei entende que adolescentes entre 14 e 17 anos têm capacidade de consentir com a transa. Portanto, se for consentido, a adolescente pode transar mesmo que o (a) parceiro(a) seja maior de idade. Mas, até o dia em que completa 14 anos, a adolescente é considerada incapaz de consentir; transar com uma menina dessa idade é considerado estupro com violência presumida, um crime hediondo, mesmo que ela diga que transou porque quis. A pedofilia diz respeito a relacionamentos de maiores de 18 anos com menores de 12 anos.
Ao fazer minha caminhada na praça perto da minha casa, no bairro de Piatã, na companhia de uma senhora de 75 anos que mora na redondeza, fiquei sabendo que ela casou aos 13 anos. Aliás, o pai dela a obrigou a casar com um homem na faixa dos 30 anos. Ela teve filhos com ele, mas enviuvou cedo ( ele bebia muito). Casou mais uma vez e teve outros filhos. Hoje está viúva de novo. Garante que sofreu muito com o primeiro casamento. Nem mesmo seus filhos foram registrados pelo pai.
O que mudou em mais de 60 anos? O que mudou na vida? Atualmente, um casamento como o da minha vizinha seria um escândalo. Aliás, não aconteceria, porque o homem teria que cumprir pena por estupro. Desde que tivesse transado com a garota, é claro.
Mas tem os casos onde não há intenção de casamento, apenas de sexo e prostituição, como o ocorrido em Itabuna, com um professor de 51 anos que transava com meninas de 12 e 13 anos. E lhes pagava pela transa.
Há também os casos como as meninas Rafaela, 12, e Bruna, 14, que fugiram de suas casas em Salvador e ficaram sumidas por seis dias. Nesse período ficaram fazendo rodízio entre as casas dos seus "ficantes".
Nos dois casos, meu questionamento é: onde estão os pais dessas meninas? Ou, pelo menos, as mãe? Não há como, nos tempos atuais, não dialogar abertamente com as meninas sobre sexo e sobre as ameaças e perigos que estão a lhe rondar.
Nos dois casos, meu questionamento é: onde estão os pais dessas meninas? Ou, pelo menos, as mãe? Não há como, nos tempos atuais, não dialogar abertamente com as meninas sobre sexo e sobre as ameaças e perigos que estão a lhe rondar.
Mas considero que dois pontos devem ser levados em consideração. Nas classes mais pobres, principalmente nas favelas, as crianças sofrem muita exposição ao sexo. A maioria delas dormem no mesmo cômodo que os pais - ou que a mãe e seu companheiro, e são praticamente obrigadas a presenciar o ato sexual entre eles. Nas classes com mais recursos, não há esse problema. Em compensação, há a ausência quase que total dos pais - da mãe e o acesso sem controle à internet.
Qualquer que seja a razão dessa grande incidência de casos de relacionamentos de adultos com menores de 14 anos, não acredito que seja a lei que vá coibir. Há necessidade de orientação, de diálogo. E se os pais não tem condições de fazer isso, que as escolas possam entrar no circuito, urgente. Inclusive orientando os próprios pais.
Qual a sua opinião sobre isso? Por que nossas meninas se envolvem com homens adultos?
Boneca de autoria do blog
http://inhaarteartesanato.blogspot.com/2009/11/menina-palitoboneca-palito-1.html
Sou mãe de uma menina de quatorze anos que se envolveu com um rapaz de vinte e três anos. Fiquei sabendo hoje e estou sem saber como lidar com a situação. Acho que os perigos agora são muitos e nossas filhas são ainda muito imaturas, não vendo esses perigos. Nunca pensei que fosse acontecer com a minha menina.
ResponderExcluirMe ajude por favor estou desorientada
Olá, anônima. Espero que você volte aqui para ler minha resposta, uma vez que não tenho como enviá-la, também, por e-mail. Entendo que você esteja atordoada ao descobrir esse namoro da sua filha. Acho importante que você tenha uma conversa abertamente com ela, mas sem exigências; apenas orientação. Como sempre aconteceu, quanto mais se proibido, mas atrante fica. Portanto, o diálogo é sempre a melhor opção. Procure saber da sua filha como ela conheceu esse rapaz, o que ela sente por ele, o que ela espera dele. Conversem abertamente sobre sexo; que ele é bom, mas exige responsabilidade. Já pensou engravidar com 14 anos? Também é importante saber quem é o namorado da sua filha. Ele ter 23 anos não significa que seja mal intencionado, um lobo. Ele, de fato, pode também estar apaixonado por ela. Procure trazer essa namoro para mais perto de você. Isso não significa abrir as portas da sua casa para ele dormir lá, como tem acontecido com muitas famílias. Conheça a família dele. Se você perceber que ele é "do bem", permita o namoro, sem deixar de acompanhar isso. Caso não seja e ele represente realmente um perigo na indução do uso de drogas, por exemplos, ou exploração sexual, o caminho é outro. É de denúncia mesmo. Sabe, sempre que tenho dúvidas como proceder, fico em silêncio e peço orientação do meu anjo da guarda. A espiritualidade, Deus, ou Jesus - com quem você tenha costume de pedir ajuda através de preces - sempre nos ajuda. Ame.
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