Começamos uma nova caminhada, deixando pra trás um monte de coisa. Neste início de 2010 senti um quê de
epitáfio. Devia ter feito muito mais coisas e trabalhado menos. Devia, inclusive, ter priorizado mais as minhas confabulações. Nem mesmo consegui postar as minhas aventuras pela Bolívia e Peru (mas o farei, retroativamente).
Sobre o novo ano e as espectativas e perspectivas, relato uma conversa que tive na manhã do dia 4 com um motorista de Defensoria Pública. Dizia ele, preocupado, que esperava que o ano fosse de menos violência, porque o mostrado pela TV Itapoan dava medo. Disse-lhe eu que a emissora era tendenciosa porque ganhava pontos no ibope com a miséria alheia; que, infelizmente, poucos setores da imprensa se dão ao trabalho de buscar e divulgar coisas boas, iniciativas de solidariedade, de apoio, de paz. O bem, infelizzmente, não dá ibope.
Li uma vez uma parábola que falava da influência da opinião dos outros sobre nossas vidas. Era sobre um pai que, em uma cidade do interior, resolveu colocar uma barraca na estrada para vender algumas coisas. Tudo dava certo até ele contar para o filho, que morava na capital, e ter como resposta que era doido, porque o mundo estava enfrentando uma crise. Ele ficou tão influenciado que negligenciou o negócio e o fechou por causa da "crise".
Não que a violência não exista. Ela está aí e muitos de nós a sente na pele. Mas considero, como cidadã e jornalista, que o mal tem muito mais espaço na mídia, em detrimento de boas ações que vem acontecendo em todos os cantos do planeta. O problema é que estamos nos deixando encurralar e logo logo estaremos tal qual no filme os substitutos, com Bruce Willis, onde os humanos, em 2054 ficam em casa e colocam andróides para os substituíresm em suas tarefas diárias. Creio que podemos mais que isso. Somos humanos e com a solidariedade podemos dar início a um processo de reversão desse quadro.
Em que lado você prefere ficar? Do lado daqueles que querem mudar ou dos que preferem deixar o medo se instalar e se permitir ser acuado? A escolha é individual.
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