Hoje, ao fazer cobertura do trabalho dos defensores públicos na Ação Cidadã Sou Pai responsável, no bairro da Liberdade, em Salvador, tive a oportunidade de confirmar a fragilidade das relações dos casais da atualidade e o buraco deixado em muitos por uma legislação marcada pelo preconceito, embora já justamente corrigida.
No Centro Social Urbano da Liberdade passaram mais de 100 pessoas, a convite da Defensoria Pública, que busca estimular a paternidade responsável e oferece exame de DNA gratuito. Tive a oportunidade de conversar com alguns, que me autorizaram relatar os seus dramas. Gostaria de contar a história de Arivaldo José Veloso (foto), 54 anos. Ele conviveu por toda a sua vida com o estigma de " filho bastardo", imputado por uma legislação preconceituosa. Durante a infância não sentiu muito o peso desta condição. Mas, ao se tornar adulto e ser questionado, todas as vezes em que apresentava a carteira de identidade (RG), o porque de não ter o nome do pai, começou a ficar muito incomodado e procurou resolver a questão.
Seu caso deve ser como o de muitas outras pessoas da sua faixa etária, que conviveu com um Código Civil marcado pela ignorância. Durante anos seu pai, José Cândido Veloso, ainda solteiro, manteve um relacionamento não oficial com a sua mãe, Libênia Bernarda de Souza, com quem teve três filhos nesta condição. Quando Arivaldo nasceu, José Cândido já estava casado com outra mulher. Em 1955, o homem que tinha filho "bastardo" - aquele que nascia fora do casamento - só poderia registrá-lo se a esposa concordasse.
Arivaldo não teve sorte. Seus três irmãos tem pai e mãe no registro. Como a esposa do seu pai não concordou, apesar de lhe dar o sobrenome, José Cândido consta na certidão de nascimento apenas como "declarante". Pra resolver agora a coisa está mais complicada: José Cândido e Libênia estão mortos. Para fazer o DNA, precisa de duas pessoas. Da irmã mais velha tem o apoio. Do tio, irmão do seu pai, que tem 74 anos, não tem muita certeza. Até porque os irmãos por parte de pai aceitam os três irmãos de Arivaldo, mas não o veem como irmão. Bastardo é bastardo para muitos, infelizmente.
Bem humorado, apesar da lacuna que traz no seu íntimo, Arivaldo critica aqueles que fazem as leis: “Não me importo, não me amoleço, nem me entristeço, mas fico chocado com o silêncio daqueles que supostamente detêm a sabedoria. Eu e meus irmãos sofremos por causa desses homens”.Em sua opinião, a própria Justiça não tem interesse em promover o resgate da honra que julga maculada. "Se quisessem, autorizavam a exumação do corpo do meu pai", defende. Ele saiu do CSU da Liberdade levando um convite para a irmã mais velha e o tio comparecerem na próxima sexta-feira, 4 de setembro, no mesmo local, para fazerem o exame de DNA. Quiçá consiga o apoio do tio e resgate a integralidade da sua cidadania, que julga perdida.
Arivaldo tem esse burado nos seus documentos e em seu coração por causa da hipocrisia da sociedade, que dizia "zelar" pelos bons costumes. Atualmente, milhões de novos filhos começam a ter seus buracos abertos por conta da fragilidade das relações e da falta de consciência de homens e mulheres sobre a responsabilidade da paternidade/maternidade.
bastado quer dizer enviado pelo demonio para destruir familias
ResponderExcluirExatamente, primeiro anônimo. São frutos do erro, da luxúria e destruidores de famílias, ainda que sejam "inocentes" porque não pediram pra nascer, compartilham a maldição instaurada pelos pais, de estabelecer a separação, a desconfiança, o rancor e o roubo dos bens alheios que não ajudaram a construir (diabo quer se apropriar do que é dos outros). São filhos do demônio e por isso têm uma vida infeliz. É bíblico. Nenhuma lei humana vai mudar isso.
ExcluirBastardo filho do demônio !
ResponderExcluirTem muito fdp com nome de pai por engano,está no papel....faz o Dna pra ver se não é filho do Demônio tmb como nós bastardos (fica a dica),depois do DNA O único filho é o q provou ser com sangue,os outros tem o nome mas será de vdd???? Questionável não?pode ser um grandissíssimo fdp ou do DEMÔNIO se preferir!
Sou filha bastarda mas nunca recebi nada de meu pai e nunca fui atrás mesmo depois do seu falecimento ň recebi nada. Mas a maioria dos filhos bastardo querem é dinheiro e ficam com uma história de que querem uma família,mentira quando o suposto pai é pobre ninguém quer nem saber.
ResponderExcluir