Vemos crescer, cada vez mais, o número de homens envolvidos em casos de violência doméstica contra as mulheres que dizem amar e o número de homens, jovens, adultos ou idosos, que se envolvem em violência sexual contra crianças.
Temos cobrado justiça e punição para os homens. Com a Lei Maria da Penha, que está começando a ser aplicada no Brasil, muitos homens já foram presos, mas nem todos julgados e condenados. A rede de proteção à criança e adolescente cresce e procura criar estrutura de apoio para as vítimas, com abrigos e suporte psicológico.
Mas, como um "advogado do diabo", gostaria de propor nesta confabulação uma reflexão: será que só punindo, prendendo ou revidando, como muitas mulheres vem fazendo, vamos resolver o problema que se agrava todos os dias?
Ao acompanhar uma defensora pública em uma das delegacias especializadas de atendimento à mulher (as DEAMs) de Salvador, ouvi sobre o caso de um homem que estava detido porque agrediu a mulher. Um resumo da sua história: casado, pai de dois filhos, ele era o único a trabalhar, o provedor. Para ele, a mulher tinha que cuidar da educação do casal de filhos adolescentes. Se um dos filhos se comportava mal, o pai descontava na mãe. Na opinião dele, ela tinha falhado.
Ao sair da sala, a delegada disse, apontando para umas cinco mulheres que estavam aguardando atendimento no corredor: " veja quantas mulheres precisando do nosso apoio!".
Sem pensar respondi, diante delas: " Seria muito bom que nesse apoio fosse trabalhada a forma com que os homens continuam sendo educados quando crianças. Será que não temos culpa de nada? Não somos nós, as mulheres, que o educamos?". Três das mulheres disseram " é isso mesmo". As demais ficaram em silêncio. No caso que citei acima, este homem precisa de um apoio terapêutico para tentar entender que os tempos mudaram e que hoje a responsabilidade com a educação dos filhos é dos dois.
Na Defensoria Pública, conversando com a defensora Firmiane Venâncio, que coordena a especializada de Direitos Humanos e o núcleo de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, perguntei se na Lei Maria da Penha ( que nunca li na íntegra, confesso) é previsto um acompanhamento psicossocial do homem agressor. Entendo que de nada adianta ir enchendo as delegacias de mais homens por cometerem violência doméstica se nada é feito no sentido de lhes mostrar o quanto estão equivocados na forma de entender a função de um homem em um casamento, seja ele oficial ou não. Firmiane disse que não, não no Brasil. Alguns países já estariam ensaiando esta providência.
Acredito que, se nada for feito no sentido de uma reeducação das mulheres para a educação dos filhos, assim como um apoio psicossocial para o homem, nada mudará para melhor e teremos cada vez mais vítimas e agressores. Entendo que é difícil para uma mulher vítima de violência doméstica ter estrutura psicológica para educar o filho para ser diferente do pai. Mas é preciso acreditar que podemos mudar muita coisa com a educação, inclusive sobre o respeito ao próximo e princípios morais que devem ser iniciados no seio da família. Ou trabalhamos para resgatar a família ou chegaremos ao caos social. Vamos ensinar aos nossos filhos que quem ama não maltrata e que para cada ação tem uma reação.
Seu blog, Vandinha, está tão bonito quanto útil.
ResponderExcluirParabéns e siga em frente nessa tarefa de esclarececimento.
Chico Muniz
Olá!
ResponderExcluirFazendo uma pesquisa acabei encontrando este seu blog com um assunto que em muito me interessa. Você questiona algo muito presente na nossa sociedade, o fato da violencia contra a mulher e em especial o que é (ou deveria) ser feito junto aos homens agressores. Vejo ser importante destacar que a legislação pertinente abarca sim um tratamento ao homem, embora seja nítido que em certos estados (no meu caso, AM)essa atuação é fraca, quase nula. O art.30 da lei 11.340 cita a questão do agressor focando nas crianças e no art. 35- V da referida lei, o mesmo prevê a criação de centros de educação e reabilitação para os agressores. Enfim, há um foco ao homem levando em considaração a família como um todo, porém não há o principal, a efetivação, implementação do que encontramos na lei, sendo imprescindível entender que a violencia contra a mulher atinge a família inteira.
Deborah Aubert - AM
Inteligente su comentario....totalmente de acuerdo con vos, nosotras mujeres, ademas de muchas cosas buenas, tenemos muchas tambien para trabajar...y estamos perdiendo mucho tiempo atacando a los hombres y sus comportamientos, en lugar de dedicarnos a construir una mujer mas fuerte, fuerte en aceptacion de la importancia para nosotras mujeres de educar a nuestros hijos... hoy, con toda la evolucion que la mujer hizo estos ultimos anos, siento que ya esta preparada para educar hijos hombres de verdad...vamos a seguir corriendo atras de ser importantes en lo profesional antes que en lo espiritual?? Hoy estamos precisando la fuerza de la union del masculino y femenino!! Vamos a ensenarles eso a nuestros hijos hombres...vamos a darles valor y dejarles de pasar la mao por la cabeza desde que nacen...somos tan apasionadas... Mostremosles cuanto precisamos de ellos...las cualidades, los puntos fuertes...la falta de la creacion de expectativas, que tanto mal nos hace a nosotras mujeres...en fin...pensando un poquito gracias a haberte encontrado en este lindo blog!! un fuerte abrazo susana
ResponderExcluirHola, Susan. Bienvenida a mi blog confabulaciones Tenedor. Siempre he sido considerado por mis amigos feminista, pero sólo defendió, siempre, la igualdad de derechos. Pero también estoy a favor de los derechos de igualdad. En mi casa, trato de aplicarlo y mi marido se ha respeto de mi forma de ser. Desafortunadamente las mujeres, la mayoría de nosotros, se ha omitido su función materna. Tenemos el derecho de tener una carrera, pero sobre todo tenemos que atender a las personas que están bajo nuestra responsabilidad, y el pulido ellos y los preparó para vivir bien en el mundo. Un abrazo.
ResponderExcluirLindo tu espanol!!!! un fuerte abrazo y seguire descubriendo tu constructivo blog!!! susana
ResponderExcluirGracias, Susana. Estoy intentando hablar y escribir bien en español. Pero tengo que caminar muy.
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