Uma questão tem martelado minha mente neste intervalo da última confabulação: a elevação do número de crianças vítimas de abuso sexual por parte de pai, padrasto, tio, vizinho ou outra pessoa próxima à família.
Tenho conversado com várias pessoas sobre isto e não consigo entender o que está ocorrendo. É certo que talvez, hoje, não haja necessariamente mais abuso do que já houve em outros tempos; talvez, como em outras questões, a exemplo do estupro em mulheres jovens e adultas, não tenha aumentado os casos, apenas as vítimas ou os seus responsáveis tenham mais coragem de se expor e denunciar. mas não indigna menos ver, dia após dias, dois ou três casos de abuso de crianças ou pré-adolescentes por dia nos noticiários. Muitas vítimas com idades tenras - 5 e até 2 anos - e acusadas pelos agressores como " sedutoras".
Sempre que leio declarações de pais e outros agressores de que foram seduzidos pelas meninas, lembro-me de crianças que vejo na praia, no shopping ou em outros locais públicos. Muitas delas vestidas pelas mães como se adultas fossem. A influência da mídia - gerada principalmente na falta de limites por parte dos pais, que acreditam que assistir a tudo o que passe na televisão ajuda na formação das suas crianças - antecipa drasticamente o erotismo e banaliza as relações.
Tenho me perguntado o seguinte: se eu ou você vemos em algumas crianças a sensualidade precoce e o comportamento acintosamente erótico nas praias, por exemplo, onde meninas de biquinis dançam os pagodes, num vai e vem intenso que simulam atos sexuais, outras pessoas também vão perceber. Nem todos, contudo, conseguem vê-las como crianças.
A pedofilia é doença ou safadeza? Terá, ainda, alguma influência espiritual? Sim, porque quem acredita, como eu, na reencarnação, sabe da pluralidade das nossas vidas e de que a obsessão é possível, mas sempre há o livre arbítrio, a razão, a conduta e a atitude do indivíduo sobre as suas vontades. Vou propor discussão sobre isso a Newton Simões, coordenador do Instituto Espírita Boa Nova, para tentar entender melhor o que está acontecendo.
Enquanto isso, lamento que nossas crianças percam a sua infância - seja estimuladas por mães que se projetam nelas e as transformam em miniaturas de mulheres, seja por homens que não conseguem conter seus instintos. Foi o tempo, como na minha infância, em que era comum, nos rios ou nas praias, que as crianças nas quais não tinha saído ainda a "pedra do peito" podiam vestir apenas a calcinha do biquine em um saudável topless.
Qual a sua opinião sobre isso? Quem tem culpa neste quadro caótico?
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