Por dificuldades de acesso a internet, devido aos horários nas lans houses da Venezuela e também pela infra-estrutura precária em alguns pontos, não foi possível atualizar minhas confabulações sobre o Tour Venezuela. Retomo aqui com as impressões de Coro, a capital do Estado de Fálcon, cujo Centro Histórico é Patrimônio Histórico da Humanidade.
De Mérida, capital do Estado de Mérida, até Coro, a viagem por ônibus é de 12 horas. Nossa viagem, entretanto, foi realizada em 21 horas. A Tormenta Omar, que atingiu o Mar do Caribe, provocou fortes chuvas. Uma das consequências foi a queda de uma ponte na rodovia que da acesso à Coro. Por conta disso, o motorista teve que fazer um novo roteiro. Chegamos sob chuva, em menor intensidade, em Coro. O terminal de passageiros é pequeno e sujo. Depois de confirmar vaga na Pousada Tun Tun ( 58-0268-4044-260, Calle Zamorra #92)no Centro Histórico, seguimos para lá.
Nos dois dias e meio que permanecemos na cidade, a impressão negativa só se confirmou. Além de estar sob efeito dos alagamentos, Coro mostrou que sofre com o problema da falta de educação do seu povo e a desorganização política dos seus administradores: o lixo se acumula pelas ruas da cidade. Só a área do Centro Histórico - que fica entre três ou quatro quarteirões - parece bem cuidada.
Visitamos a praia de Adicora, nosso primeiro contato com o Mar do Caribe, mas não pudemos aproveitá-la: chuva fininho, mas incômodo. Também visitamos a cidade de Punto Fijo, uma zona franca. Para nós, brasileiros, nada que valesse a pena em termos de custos. Para os venezuelanos, que enfrentam uma inflação de 40%, parecia tudo de bom, principalmente nos eletro-eletrônicos. Como Coro, Punto Fijo é suja, com bastante lixo, apesar das placas de " prohibido basura". Nas duas cidades, tal qual o centro antigo de caracas, os taxis são muito velhos, ford landau da década de 50, com som, ar condicionado e câmbio automático. Outra característica são os pequenos ônibus velhíssimos, no estilo marinetes, com um som potentíssimo e bocas de alto-falantes junto ao motorista e no fundo. A música, altíssima. Nem adianta pensar em reclamar.
O que Coro teve de melhor foi a oportunidade de estar em uma pousada que nos possibilitou longas conversas sobre política, sociedade, educação e desenvolvimento na Venezuela, Brasil e América Latina. Apesar de não estarmos com um espanhol muito fluente, conseguimos trocar impressões sobre o Governo Chavez, Governo Lula e outros temas com Angélica (belga, que tinha acabado de vender a pousada), Damien e Norka ( francês e venezuelana de Mérida, que tinham acabado de comprar a pousada) e Juan (colombiano).
A conclusão que tivemos foi que a América Latina só alcançará sua liberdade e seu desenvolvimento se investir na educação. Como em Caracas e em Mérida, percebemos uma aversão a Chavez, considerado "un lóco que guerrea con todos". Crêem que não será dessa forma que a Venezuela terá o respeito que busca do mundo.
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