Recebi, através do grupo do Sinjorba, da jornalista Gabriela Rossi, um artigo de Ricardo Chemas. Fantástico. Tenho pontuado, em várias conversas com colegas de trabalho e amigos, além dos meus afetos, que o conhecimento é o nosso maior bem. Este homem mostra, de uma forma que me emociona, que quando fazemos aquilo que gostamos, que quando nos envolvemos com o que fazemos, alcançamos resultados surpreendentes. Bons para nós, autores, e bons, principalmente, para aquele que precisou do nosso conhecimento. Quão bom seria se este compromisso com o saber, com o próximo, inclusive, fosse regra sem exceção não apenas na medicina, mas em todas as áreas; entre elas a nossa, da comunicação. Repasso para vocês.
Ricardo Chemas
Ricardo Chemas
Cura Psiquiátrica: Uma abordagem Oniro-Toxicoló gicaA Neuropsiquiatria, a Física Quântica e a Cura
A sua história clínica era, como eu viria logo a saber, a um só tempo comum e terrível: Há um ano atrás, após meses de atormentadoras dores de cabeça e não menos atormentadores exames complicados (Ressonância Magnética Nuclear, Tomografia Computadorizada do Crânio, Angiografia Cerebral, etc), Carlos Roberto, que é formado (com louvor) em Física Avançada, soube de forma lacônica que possuía uma estranha criatura, chamada Meningeoma Cerebral, crescendo dentro da sua cabeça.
O estranho tumor, em forma de um horrendo polvo pálido, já se fazia sentir de maneira mais palpável e concreta do que simples (embora lancinantes) dores de cabeça: Carlos Roberto começara a perder a visão no olho esquerdo.
A decisão quanto à solução cirúrgica foi rápida e quase impensada, pois o que importava mesmo era que “aquilo” fosse arrancado dali o mais rapidamente possível, e a qualquer custo. Só que este último iria ficar muito caro. Após a delicada intervenção, Carlos Roberto encontrou-se também privado da visão no olho esquerdo, agora em caráter definitivo.
“Bem”, pensou de forma compensadora, “pelo menos fiquei livre daquele maldito tumor”. Não ficara. Seis meses após a traumática experiência da neurocirurgia, os sintomas (e “... aquele maldito tumor”) haviam voltado. Recidiva. A asquerosa criatura em forma de polvo media já por volta do tamanho de uma pequena laranja. O colega que o operara da primeira vez sugeriu fazê-lo novamente. Então, Carlos Roberto desapareceu. Não desejava arriscar-se à possibilidade hedionda da perda definitiva do outro (e último) olho. Decididamente, não o faria.
Foi então que sua mãe e sua esposa lhe falaram do misterioso médico que atendia na própria biblioteca, em meio a antigos e poeirentos tratados de medicina greco-egípcia, escritos em hierático, e que perguntava aos pacientes coisas estranhas, tais como com o que sonhavam, e, caso lembrassem dos sonhos, se sonhavam estando em perigo de cair em abismos atrozes e insondáveis, com fogo ou escutando música, com fantasmas ou inundações, etc., etc. Se a resposta fosse afirmativa, murmurava-se à boca pequena que o Dr. Chemas então passava a administrar a estes mesmos pacientes medicamentos preparados a partir de substâncias químicas puras, as quais eram retiradas de uma enorme caixa aonde se encontravam representados, de forma concreta, praticamente todos os elementos químicos que constituem a Tabela Periódica. Pior: o excêntrico doutor ainda correlacionava temas sonhados com substâncias químicas puras!
Carlos Roberto a princípio pensou que os seus familiares haviam ficado semi-enlouquecidos pelo trauma da sua súbita tragédia neurológica, e estavam então a buscar medidas desesperadas para tentar livrá-lo de uma repetição do suplício pelo qual mal havia ainda acabado de passar.
Algum tempo depois, já que não havia outra escolha à vista, e até mesmo para acalmar um pouco o visível pânico que havia tomado conta da sua família, Carlos Roberto se deixou conduzir até o meu consultório.
Aí estava ele, então, suando e resfolegando, à minha frente.
“- Afinal, com o que o senhor sonha, Sr. Carlos Roberto?” Eu havia feito a tão aguardada pergunta.
“- Pescarias, Doutor”, respondeu Carlos Roberto, um tanto acanhado; “peixes e pescarias”.
Cofiei longamente a barba já grisalha, cuidadosamente fitando os meus registros de Toxicologia. Em finais do século XIX, na sua monumental obra (em vinte e cinco volumes!) Encyclopedia of Pure Materia Medica, o Dr. Timothy Allen já havia compilado dados experimentais que comprovavam, efetivamente, o fato de que sujeitos intoxicados acidental ou experimentalmente com sais de prata, ou mesmo com a prata metálica em estado coloidal, sonhavam repetidamente com peixes ou pescarias.
Eu conhecia também a natural afinidade da prata e dos seus sais pelos tecidos e células do sistema nervoso, ou por células ricas em neurotransmissores. Ainda na faculdade, na cadeira básica de Histologia, nos utilizávamos destas mesmas propriedades dos sais de prata para corarmos as lâminas preparadas com finíssimos cortes de tecidos nervosos, tais como cérebro, medula, nervos e gânglios.
Rapidamente percebi que o organismo humano de Carlos Roberto, em sua totalidade, das células do seu meningeoma aos seus sonhos, que em verdade traduzem a sua secreta atividade mais íntima, o “programa” básico da criatura complexa feita de água e carbono a que chamamos Carlos Roberto, vibrava em ressonância homeomórfica com o espectro eletromagnético de emissão do átomo da prata. Na minha cabeça se misturaram, em inorgânica e vertiginosa sucessão, imagens de um ágil cardume de peixes prateados perseguidos por um octópode monstruoso.
Assim, percebi também que a administração de pequenas quantidades de prata a Carlos Roberto poderia ser a chave para sua cura, uma forma de estimular o sistema imunológico equivocado daquele paciente a reagir, a reconhecer afinal aquela abjeta criatura em forma de polvo dentro de si, o meningeoma, como um corpo indesejável, um erro de padrão, um autômato finito que se tornou estável por um equívoco na programação da metacreatura plural , da colônia pluricelular chamada Carlos Roberto.
Em algum ponto da fronteira imprecisa entre o mundo físico e o simbólico de Carlos Roberto, a prata, por um mecanismo desconhecido, se faz peixe sonhado. Da mesma forma, o peixe sonhado e o horrendo tumor nada mais são do que faces distintas da mesma moeda. Como isto se dá? De que maneira um padrão de desordem celular dentro de um especimen aterrorizado de Homo sapiens se encontra relacionado com os quanta de energia no átomo do elemento químico de número atômico 47, a prata?
Simplesmente, ainda não o sabemos. No entanto, e a despeito do imenso tamanho da nossa ignorância científica atual com relação a este curioso fenômeno das correlações homeomórficas entre séries afastadas de objetos do mundo, seis meses após a administração oral de alguns femtogramas de prata a Carlos Roberto, o seu tumor reicidivante havia desaparecido sem deixar rastros, conforme constatado inequivocamente através de uma nova Ressonância Magnética Nuclear.
Por Ricardo Chequer Chemas, M.D., FRSM.
Dr. Ricardo Chemas é Fellow da Royal Society of Medicine of the United Kingdon. Esta honra de ser membro da Real Sociedade de Medicina do Reino Unido da Grã Bretanha só é concedida a pouquíssimos cientistas do mundo. Membro também da New York Academy of Sciences (USA) e da British Association for the Advancement of Science, Dr. Chemas é um dos médicos e cientistas baianos mais laureados e reconhecidos internacionalmente. Aqui nos revela um caso clínico encantador.
Olá Vanda, um beijo
ResponderExcluirvc -e Chemas-
hoje na Lata
xêro carinhoso
alf
Dr. Chemas é simplesmente brilhante,me devolveu a vida.
ResponderExcluirMercês
Graças ao Dr. Chemas, tenho uma segunda data de nascimento, a do
ResponderExcluirmagnifico dia em que entrei pela porta de seu consultorio.
Denise
Uma das pesoas mais fantásticas que tive a oportunidade de conhecer!
ResponderExcluirAlém de ser um gênio ainda tem simplicidade e um grande coração
O seu carater e amor pela ciência e por outros seres humanos está imortalizado desde já na história!