Sei e entendo que nós, seres humanos, somos imperfeitos. Assim não fosse não precisaríamos da reencarnação para a aprimoração, a transformação. Entretanto, não deixo de me surpreender - e me indignar - com o fato de a corrupção se alastrar, tal qual uma barragem que estoura, espalhando destruição por onde passa.
A megaoperação da Secretaria de Segurança Pública e do Ministério Público da Bahia na Penitenciária Lemos Brito - a Big Bang -, descortinou a simbiose entre bandidos e alguns servidores públicos (policiais e agentes penitenciários). Como pode um custodeado ter e manter em sua cela E$ 280 mil, TV Plasma, geladeira bem abastecida, DVD e outros privilégios enquanto comanda crimes que ocorrem do lado de fora dos muros das penitenciárias. Quem permitiu esses privilégios? A troco de quê?
Essa compra e venda de favores se espalha por todos os cantos. É no SUS, nos hospitais, nos cartórios, nas escolas, nos setores públicos. Começa com o favorzinho e chega ao favorzão. Dizer que os dirigentes de qualquer uma das instituições enlameadas pela corrupção que vem de baixo e de cima até fechar o cerco não percebem o que acontece sob os seus olhos é balela. Um bom chefe é observador sem necessariamente ser centralizador. Um bom chefe tem que conhecer a rotina do seu ambiente e ser capaz de perceber as situações que se repetem sistematicamente.
Não podemos é encarar isso como normal, ter vergonha de ser honesto. Temos que nos indignar, de não compactuar. Perder a capacidade de indignação é perder a essência da vida.
Cada um faz sua escolha. Só não pode reclamar depois.
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