Confabulei em outras postagens sobre a questão da moral e da ética. Volto a falar sobre o tema agora. Não consigo entender porque as coisas no Brasil acontecem de forma tão diferente do que ocorre em outros países. Aqueles que ocupam cargos políticos se apegam aos seus mandatos com um sentido de posse tal que, mesmo em face de escândalos, não renunciam, exceto se ameaçados de cassação. Nesta lista temos muitos, inclusive políticos baianos.
Tenho acompanhado o caso do senador Renan Calheiros, que resiste apesar de estar com a cabeça afundada nas denúncias que ele diz mentirosas. Provas que anulem essas denúncias, entretanto, não parecem existir. O caso é grave e ridículo ao mesmo tempo, principalmente porque nem mesmo um relator para o processo do Conselho de Ética o Senado consegue.
Fiquei pensando cá com meus botões: “ como ocorreria esse processo em outros países”. Aí, fui pesquisar e achei várias historinhas no site BBCBrasil.com, que mostram que, em alguns casos, os envolvidos parecem ter um pouco, pelo menos, de brio. EM outros, a renúncia se deu por pressão. Confiram.
Como podem ver, escândalos não são exclusividade dos políticos no Brasil. A diferença está na renúncia. Pelo bem da preservação da instituição Senado e da ética e moral no país, acho que Renan deveria renunciar. Junto com ele, todos aqueles que desrespeitam o decoro que exigem dos seus colegas, mas não cumprem a sua parte. Ou seja, aqueles que fazem o que tanto criticam nos outros. Certamente sobrariam poucos.
31 de janeiro, 2004
Um dos dois vice-presidentes do Peru, Raul Diez Canseco, renunciou dois meses depois de ele se afastar de seu outro cargo no governo, o de ministro do Comércio. Canseco é acusado de nepotismo, e sua saída ocorre a apenas dois dias de uma sessão no Congresso peruano, em que ele deve responder a perguntas dos parlamentares. Canseco teria usado sua influência para arranjar empregos para sua namorada e membros de sua família.
12 de agosto, 2004
O governador de New Jersey, James McGreevey, renunciou depois de confessar
publicamente que teve um relacionamento adulto e consensual com outro homem.)
Dezembro, 2004
Ex-ministro do Interior da Grã-Bretanha, David Blunkett, um dos políticos mais populares do Partido Trabalhista, renunciou em dezembro passado depois de ter admitido facilitar a aceleração de um visto para uma babá filipina que trabalhava para a ex-amante. O ex-ministro teve um caso de três anos com a jornalista da revista Spectator Kimberly Quinn, que é casada com o Stephen Quinn, editor da revista Vogue. ( JORNALISTA PARECE QUE VIROU ZONA DE PERIGO)
23 de Março, 2006
A líder do partido governista da Índia, Sonia Gandhi, renunciou ao seu cargo no Parlamento do país depois de ser acusada de quebrar a lei por receber salários de duas fontes públicas.
19 de fevereiro, 2007
O ministro da Imigração das Bahamas, Shane Gibson, renunciou por causa da polêmica em torno de seu envolvimento com a ex-modelo Anna Nicole Smith, que morreu no início de fevereiro. Fotos publicadas em jornais mostram o ministro e Smith vestidos e abraçados em uma cama. Críticos acusam Gibson de ter acelerado o processo de concessão de residência à ex-modelo no arquipélago caribenho.
17 de maio, 2007
A diretoria do Banco Mundial anunciou nesta quinta-feira que o presidente do banco, Paul Wolfowitz, vai deixar o cargo no final de junho. O chefe do Banco Mundial (Bird) estava sob forte pressão devido ao escândalo envolvendo o aumento salarial e a transferência de sua namorada, Shaha Riza. Ele vai sair da presidência no dia 30 de junho. (AQUI NÃO PARECE BEM RENÚNCIA, MAS DEMISSÃO SUMÁRIA)
29 de junho, 2007
O presidente de Israel, Moshe Katsav, apresentou formalmente sua renúncia ao cargo, um dia depois de ter admitido ser culpado de crimes de natureza sexual, incluindo assédio e atentado ao pudor.
Como podem ver, escândalos não são exclusividade dos políticos no Brasil. A diferença está na renúncia. Pelo bem da preservação da instituição Senado e da ética e moral no país, acho que Renan deveria renunciar. Junto com ele, todos aqueles que desrespeitam o decoro que exigem dos seus colegas, mas não cumprem a sua parte. Ou seja, aqueles que fazem o que tanto criticam nos outros. Certamente sobrariam poucos.
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