Aproveitando a presença do Papa Bento XVI no Brasil, a Folha On Line faz enquete com seus leitores sobre a obrigatoriedade do celibato. Até o momento em que votei, pouco mais de 5 mil pessoas já tinham se posicionado: 71% contra e 29% a favor. Eu estou incluída no grupo do contra.
Na enquete é informado que estudo do Vaticano aponta que, em 40 anos (1964 a 2004), 69 mil padres abandonaram a batina para se casar. Desses 16% se arrependeram e retornaram ao sacerdócio.
Votei contra. Nessa questão, não mudei de opinião ao longo dos anos. Acho que fazer parte de uma família é fundamental para o amadurecimento das pessoas e para o exercício de transformação. Como um padre celibatário poderá entender os conflitos comuns na vida de uma família? Nunca consegui entender em que um casamento atrapalharia um sacerdote. As outras igrejas permitem, e até estimulam, o casamento dos pastores. O próprio Pedro - a quem a Igreja Católica coloca como o primeiro Papa - era casado. Casamento não tira a pureza do espírito.
Sou a favor do casamento - seja ele oficial ou não. No casamento você pode exercitar o amor, o carinho, o diálogo, a cumplicidade, a solidariedade, a lealdade, a amizade e sexo de excelente qualidade. Também pode exercitar a renúncia e o silêncio nas horas em que ele é necessário. Eu disse "pode", porque nem todas as pessoas casadas se dispõem a esse exercício e culpam o casamento pelas "nóias", angústias e faltas que carregam dentro de si. "Pode" implica em escolha. E por que os padres não podem ter direito a essa escolha?
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