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Aplicar a lei sem olhar a quem


A Polícia Federal do Brasil parece que agora tomou gosto pelas investigações. É uma operação atrás da outra. Só nesse último momento foram duas: furacão e navalha. O engraçado é que ouço por onde ando pessoas dizerem:" Esse é o governo da corrupção". Será mesmo?

Lembro que há cerca de nove anos, quando o governo federal começou a desenvolver campanhas de prevenção ao câncer do colo do útero, as pessoas ficaram assustadas com os altos índices de vítimas divulgados pela imprensa. Elas diziam: " Meu Deus, o que está acontecendo? Por que tantas mulheres estão tendo câncer? Deve ser o hormônio nos frangos." Não tinha aumentado o número de vítimas. Levar os exames até as mulheres fez com que se identificasse mais casos; só isso. Antes muita mulher morria sem nem ter feito um preventivo. E nem sabia que tinha câncer.

Faço essa comparação porque, na minha opinião, as situações são parecidas. Não é este governo que é mais corrupto ou menos corrupto; é a polícia federal que tem recebido carta quase branca para agir e identificar corruptos, inclusive dentro da sua própria corporação, como é o caso dessa mais recente operação, a navalha. Mesmo que ainda haja a tentativa de controle político da ação da PF, nenhum governo deu tanta autonomia a esse órgão. Mesmo que a navalha esteja quase cega...

Uma coisa, porém, é certa: quem tem um pouco de ética e de brio dentro de si, fica triste ao ver que a corrupção tem se alastrado tal qual câncer antes da descoberta da cura. Por isso que é fundamental que o Brasil tenha coragem de cortar o mal pela raiz, seja a erva daninha delegado, deputado, senador, ministro, procurador, prefeito, governador, presidente ou apenas um zé eleitor.

É fazer o certo e aplicar a lei sem olhar a quem.

Comentários

  1. Cara Vanda,

    Obrigado pela sisita ao nosso blog. Agradeço também as dicas.

    Gostei muito de seu blog... e das espetadas nessa nossa política.

    um abraço,

    Carlos Baqueiro

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  2. Vanda, tentei visualizar o seu perfil completo e não consegui. Dá para ser mais explícita?

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