Sempre achei que amigos são o que temos de mais importante na vida. Amigo vale mais que dinheiro. Mesmo sabendo disso, nem sempre tenho conseguido priorizar o contato com aqueles que trago com carinho no coração. O corre-corre da vida pressiona e acabo me concentrando em quem estiver mais próximo. Quando percebo minha falta, contudo, corro para uma conversa por telefone, pelo MSN ou uma visita surpresa, sempre muito boa, mesmo que rápida.
Lendo notícias do mundo no Folha On Line não é que tive a confirmação de que ver amigos vale um salário de R$ 30 mil? A reportagem da BBC Brasil diz que esta constatação é resultado de um estudo realizado no Reino Unido por Nick Powdthavee, especialista Economia Aplicada a temas de felicidade. Depois de uma enquete com 8 mil britânicos ele concluiu que uma pessoa que ganha R$ 3.300 e encontra com frequência os amigos para uma conversa despreocupada é tão feliz quanto outra que tem salário dez vezes mais alto e sacrifica sua vida social.
Como ele chegou a esse resultado? Pedindo aos entrevistados que colocassem etiquetas de preço em amigos, parentes e vizinhos, para concluir que, se for possível comprar felicidade, ela tem um alto preço. Nick diz que os resultados mostram claramente que um aumento no nível de envolvimento social equivale a dezenas de libras adicionais por ano em termos de satisfação de vida. Já o aumento de renda, por outro lado, traz muito pouca felicidade, garante o pesquisador.
O estudo foi conduzido no Instituto de Educação, da Universidade de Londres, e será publicado no próximo da revista científica Journal of Social-Economics. Veja os cálculos: a média de renda da amostra foi de 10 mil libras esterlinas por ano - cerca de R$ 3.300 mil por mês. Mas pessoas que tinham este salário e viam seus amigos quase todos os dias se mostraram tão felizes quanto as que ganhavam 95 mil libras por ano -mais de R$ 31,5 mil- e nunca ou quase nunca se encontravam com seus amigos. Vê-los um par de vezes por mês traria tanta felicidade quanto ganhar 67 mil libras por ano --mais de R$ 22 mil por mês, calculou o economista. Já encontrá-los uma ou duas vezes por semana seria tão prazeroso quanto contabilizar R$ 26.500 todo mês (69.500 libras a cada ano). O melhor resultado da pesquisa é que os ganhos de felicidade resultantes da convivência social são mais duráveis que os resultantes de aumentos de salário.
Que tal o exercício proposto nesse trabalho do especialista britânico? Comecemos agora a listar nossos amigos, etiquetá-los e voltar a visitá-los para suprir nosso caixa de felicidade. Muitas vezes, além de boas risadas, de abraços e carinhos sinceros, esses encontros ainda podem render soluções para algum problema que nos aflige, inclusive de desemprego. Vamos à ação!
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