Pular para o conteúdo principal

Marias e Não Marias - mulheres fortes da minha vida

Minha primeira Maria - Cleonice, minha mãe.
Retomo minhas confabulações neste dia dedicado às mulheres. É o que é. Nasci em um lar de muitas Marias. Sete.  Maria Cleonice – minha mãe. Minhas irmãs – Maria de Fátima, Maria da Vitória (sim, da vitória), Vania Maria, Ana Maria, Maria Aparecida. Eu, Vanda Maria (embora só o Yahoo e o pessoal de vendas de telemarketing me chamem assim). Mas não para por aí. Meu lar tem mulheres Não Marias - três. Mirian – homônima de uma tia e de uma prima, devido ao amor que meu pai, Nilton, e meu tio Manoel tinham pela irmã deles, tia Mirian. Tem Vera Lúcia e Kátia Luciana. Homens, só papai e meus irmão Niltinho e Roberto.

 Desse grupo, sou a filha do meio. A que teve mais oportunidade de conviver com os cinco que chegaram antes e as meninas que chegaram depois. Talvez pela quebra na diferença de idade. E essa convivência deixou registrado em minha mente e em minha alma a caraterística de cada uma. Mas o entendimento de que minha mãe era uma mulher forte, apesar de a perceber frágil em sua dependência econômica e amorosa do meu pai, veio depois, quando me tornei adulta e pude compreendê-la.

Casamento de Maria Cleonice com Nilton
A primeira Maria, a Cleonice, mamãe. Sagitariana de 16 de dezembro. Casou aos 17 anos com papai (que tinha 20). Deixou de ser Galindo Melo para ter apenas o sobrenome do marido - Amorim. Não sabemos se por erro do cartório ou decisão unilateral de papai. Como era comum na década de 1950, a mulher não trabalhava fora de casa. Sua função era de dona de casa – lavar, passar, cozinhar, arrumar a casa; de mãe – alimentar, dar banho, educar e corrigir os desvios e desobediência; à noite, estar disposta e disponível para o sexo com o marido. Assim, dos 19 anos aos 37 anos gerou 12 filhos – 11 nasceram, cresceram e se multiplicaram. Todos estão vivos.

De um jeito bruto trouxe em rédeas curtas toda a prole, com algumas intervenções de papai. Não temos mágoas pelos puxões de orelha, chineladas e lapeadas com galhos do pé de Pinha. Este galhinho usava quando, rebeldes, não queríamos sair da rua. Ela ficava no portão, chamando por nossos nomes. Quando víamos o galhinho, sabíamos que era sério. Parávamos, marcávamos carreira e passávamos por ela feito um furacão, sentido só a pontinha do galho em nossa pele enquanto ouvíamos mamãe dizer “passa! Deixe de ser maluvida [mal-ouvida, que não dá atenção aos chamados].

Maria Cleonice com seus 11 filhos, marido, primeiro genro e seus
pais, na comemoração dos meus 15 anos
Maria Cleonice sofreu com traições e com machismo. Não foi autorizada a tomar pílula, quando ela chegou ao Brasil, na década de 1960. Se tivesse tomado, talvez minhas cinco irmãs mais novas não tivessem nascido. Certa vez, em uma das nossas conversas, mamãe disse que foi burra em ter tanto filho. Perguntei quais ela teria escolhido, caso Deus permitisse voltar no tempo. “Agora que tenho todos não teria como escolher. Amo a todos”, disse ela, concordando comigo que, assim, não valia a pena se lamentar pelos caminhos já percorridos.

Mamãe não podia estudar. Parou no equivalente à segunda série. Primeiro, vovô Zezinho a proibiu, pois já estava ficando mocinha e tinha que ir da roça pra Vila. Era muito perigoso pois poderia se encantar por alguém e namorar. Depois, tinha muitos filhos e papai não a deixava sair nem ter amigas. As saídas eram para a feira, supermercado, consultas médicas e missa aos domingos pela manhã. O medo a paralisou até depois da separação e muito tempo depois. Achava que era velha, que os colegas mais iam rir dela. Mas melhorou sua leitura devorando livros, principalmente os romances espíritas.

Minha primeira Maria e eu
Com a descoberta que papai tinha engravidado uma mulher jovem, em 1976, a primeira Maria, a Cleonice, quase enlouqueceu. Por anos a fio tomou remédio para dormir e alimentou ódio. Mas uns 20 anos depois venceu a dependência dos remédios e se permitiu perdoar papai e a mulher. Garantia viver mais leve, dividindo seu tempo entre Paulo Afonso – onde estava parte de seus amores, Recife – onde estavam dois filhos e seus médicos, e Salvador, onde comemorava seu aniversário em 16 de dezembro e o Natal comigo e mais duas Marias.

A impressão que eu tinha de Maria Cleonice teve duas fases. Até os 20 anos a via como uma mulher frágil, submissa, dependente. Jurei que não queria isso para mim. Que nunca dependeria de homem algum. Teria minha profissão. Assim fiz. Adulta, pude enxergar a mulher forte em mamãe. A que teve 11 filhos, cuidou de todos, aprendeu a demonstrar carinho e teve a serenidade, sabedoria e coragem de perdoar. Não sei se já sou capaz disso tudo. Em agosto deste ano de 2020 fará seis anos que passou ao outro lado do caminho e continua me inspirando em sabedoria e tolerância.

Família de Maria de Fátima
Maria de Fátima Siqueira Amorim – a segunda. Leonina de 1º de agosto. Primogênita, foi o primeiro amor filial de papai. E pagou o preço com um ciúme intenso. Foi a segunda mãe de todos nós, principalmente de Kátia Luciana, que tinha apenas 4 anos quando a primeira Maria quase pirou em sua dor. Casou aos 20 anos. Em abril foi o casamento civil, mas só pode viver com o marido em junho, após o casamento religioso. Papai não deixou.  Tinha que ter a benção de Deus. Foi mãe de uma menina aos 23. Menos de quatro anos depois veio um menino. Não seguiu os passos da primeira Maria. Trabalhou, fez faculdade de Pedagogia depois que os filhos cresceram, continua trabalhando (na UNEB-Paulo Afonso) e limitou a maternidade a apenas dois filhos. Escrevia poesia e poemas. O ritmo da vida talvez tenha freado a veia poética. Uma neta e um neto dividem sua atenção. Tornou-se grande amiga de mamãe.

Maria da Vitória Amorim– a terceira Maria e segunda filha. Pisciana de 9 de março. Exigiu muita atenção na infância por ter a saúde frágil. Cresceu voluntariosa. Determinada. Saiu de Paulo Afonso para Recife aos 20 anos, mesmo contra a vontade do nosso pai. Ouvi-lo dizer que ele não a ajudaria financeiramente na nova caminhada não a intimidou. “Tenho braços pra que? ”, respondeu de nariz empinado e olhos verdes faiscantes. Não fez faculdade. “Tem curso pra ser escritora? ”, questionava. 

Família de Maria da Vitória
Como a primeira irmã, escrevia poesias e poemas e não tem novas produções. Também trabalha a área de educação (Faculdade São Miguel – Recife). Tem dois filhos homens; o primeiro nasceu quando tinha 28 anos. Nunca quis formalizar a união com o companheiro e pais dos meninos (ops, homens). Papai não conseguiu obrigar a casar na lei dos homens e na lei de Deus. Não seguiu a primeira Maria no número de filhos. Tampouco na submissão ao companheiro. Na convivência com Maria Cleonice no Recife, os papéis foram se invertendo ao longo dos anos. Passou, praticamente, de filha a mãe.


Vânia Maria Amorim dos Santos – a quarta Maria e quarta filha de mamãe e papai. Escorpiana de 24 de outubro. Morena, olhos verdes de esmeralda, tímida, mas que nunca leva desaforo para casa, desde menina. Era atleta, velocista campeã no colégio da Chesf, em Paulo Afonso. Ao receber uma negativa do colégio para a liberação para um tratamento no Recife, decidiu que não ia mais estudar nesse colégio e nem contribuir para que ele acumulasse troféus a sua custa. Como todas nós, apaixonada por papai, nosso galego dos olhos azuis que retornou ao lar espiritual em junho de 2017. A traição dele marcou esta Maria profundamente. Ao contrário de mamãe, ainda não aprendeu a abrir o coração e a alma para o perdão.

Família de Vânia Maria
Vânia, a neta Beatriz e o neto Eduardo
Esta é a Maria que mais parece com a primeira, principalmente a da primeira fase; na cor da pele e no comportamento apaixonado e passional. Ama intensamente, mas nem sempre consegue demonstrar. Sofre só. Diz que só teve o primeiro abraço de papai quando casou. Não percebeu que nosso pai não tinha iniciativas de carinho. Apenas retribuía. 

Retomou a vida intelectual depois 50 anos, com as três filhas adultas e o primeiro neto já no convívio. Mas sempre foi empreendedora e compartilhou com o marido o trabalho de um estúdio de música e de outros serviços. Com duas graduações e duas pós-graduações, procura contribuir com adolescentes e jovens das escolas públicas de São Paulo, como professora. Hoje se alimenta também do amor pelos três netos.

Mirian Cavalcante Amorim Falcão – A alegria nasceu com ela. Faz parte da turma que veio depois de mim. É a primeira Não Maria do grupo. Escorpiana de 6 de novembro. Autoestima no topo. A primeira Maria, que a pariu em casa, dizia que não entendia porque ficava tão emocionada ao encontrar com ela. Ô... Mirian veio ao mundo numa conversa direta com ela, sem médico ou parteira intermediando. Ligação direta de mil graus. 

Sempre quis viver tudo intensamente. E assim, na adolescência, desistiu dos estudos e enfrentou a maternidade, sem o apoio do pai do filho, aos 16 anos. O apoio foi da família. Aos 19, com novo amor, veio o segundo filho. E amargou a decepção de mais uma fuga de quem acreditava que lhe dedicasse amor. Mas seguiu em frente.

Familia de Mirian
Finalmente, alguns anos depois, encontrou um amor sincero e leal. Com ele casou, de papel passado e a benção de Deus. Dessa união veio uma menina. Também na maturidade, já com uma neta e dois netos adolescentes, retomou os estudos, fez graduação e pós-graduação na área de Educação e hoje é professora, em Alagoas. Sua vida segue em Piranhas, naquele estado. Como a quarta Maria, não leva desaforo para casa. Fala o que tem pra falar na lata. Vive sem medo de ser feliz.

Ana Maria
Ana Maria AmorimDelicadeza poderia ser o seu nome. A mais dengosa de todas. Canceriana de 24 de junho. É a sexta Maria e a oitava filha da primeira Maria. Chegou abençoada pela fumaça das fogueiras em homenagem a São João. Ginasta no início na puberdade e jogadora de vôlei na adolescência. Mas os caminhos seguidos na busca da independência a afastaram do esporte. As lutas diárias também a afastaram de um diploma de nível superior, que busca corrigir agora, na maturidade. Enfrenta com preocupação, mas com paciência e fé, o desemprego em Salvador. Sua área de atuação é na administração financeira, com larga experiência. Como a segunda Maria, a da Vitória, não formalizou a união de décadas. Ensaiou alguns poemas na adolescência e juventude. Ama crianças, mas não conseguiu realizar o seu sonho de ser mãe.  

Maria Aparecida
Maria Aparecida Amorim -  Sensível, amorosa, mais brigona como eu. Ama intensamente e defende com unhas e dentes a quem ama. Canceriana de 29 de junho. A fumaça que a trouxe foi a mesma das fogueiras em homenagem a São Pedro e a São Paulo. Também foi ginasta na puberdade, em Paulo Afonso. Mas seguiu outro caminho. Como tem o dom de cuidar, sua profissão não poderia ser outra: enfermeira. Residente em Salvador, esta Maria não tem filhos, tal qual a Maria anterior. Sua união de décadas não foi registrada em cartórios ou igreja. É mais um amor, como tantos no mundo, que tem as bênçãos da espiritualidade.

Família de Vera Lúcia
Vera Lúcia Amorim da Silva– Delicada, mas forte. Prefere a paz de espírito a ter que se desgastar com uma briga familiar. Da sua boca raramente se ouve uma queixa pelas lutas enfrentadas diariamente. Virginiana de 3 de setembro. Esta é a segunda Não Maria do grupo gerado pela primeira Maria. Determinada, fez faculdade após os dois filhos estarem adolescentes. Primeiro Serviço Social. Depois, Pedagogia. Enquanto não consegue um espaço dentro das suas formações, dedica-se ao trabalho em uma escola de ensino fundamental e médio em Paulo Afonso. Foi a que mais conviveu com mamãe. Moravam na mesma casa. Ambas compartilhavam da mesma fé em Maria, mãe de Jesus. Uma fé inabalável que a faz seguir sempre em frente, buscando e acreditando em dias 
melhores.

Família de Kátia Luciana
Kátia Luciana Amorim Nunes– Terceira Não Maria e a derradeira do grupo de 11 filhos da primeira Maria – a Cleonice. Chegou chegando. Sua alegria sempre foi contagiante. Abandonou os estudos no Ensino Médio após engravidar do seu primeiro filho, que teve aos 17 anos. Fez a opção de ser mãe em tempo integral. Depois teve uma menina, que agora é adulta e carrega no ventre a/o primeira/o neta/o. Amorosa, mas protetora como uma leoa.  Depois de adulta concluiu o Ensino Médio com muita determinação. Transmite seu amor de várias formas. A comida é uma delas. Cozinha com alegria e prazer. A música e dança é outra forma. Nunca fez curso na área da saúde, mas é uma cuidadora habilidosa, delicada e atenciosa. Provavelmente foi enfermeira em outra encarnação.


Fazer auto descrição nem sempre traduz o que somos. Por isso aguardo as minhas Marias e Não Marias a deixarem uma breve descrição nos comentários sobre como me veem.

Comentários

  1. Das Marias e não Marias, das mulheres que me representam, especialmente das que vieram antes de mim, Vanda Maria Amorim, certamente é uma das que mais me inspiram. Os olhos intensamente verdes, destacados principalmente pelos cabelos curtos e vermelhos escolhidos por ela, Vanda é dona de um dos maiores corações que já conheci. De uma bondade ímpar, daquela que não se resume a fazer caridade, mas sim de transformar vidas, é a interlocutora, e mediadora de situações de uma família de 11 filhos, 20 netos, 15 bisnetos, contando o do forninho, todos nós já precisamos dela, uns mais, outros menos.
    Dona de uma alegria de viver que contagia, tendo um amor de outras vidas Roberto, o Tio Gato, Vanda não pariu, mas foi mãe das mais exigentes de Cacá, seu filho emprestado, do coração, e hoje também tendo essa função civilmente reconhecida, e há pouco se tornou avó de Leon, o que arrebatou e mostrou uma nova, e intensa forma de amar.
    Jornalista por formação, vocação e amor,tem uma capacidade de comunicação verbal e escrita invejável, e por isso inspirou a tantos, assim como eu que tenho a mesma formação, mesmo não exercendo o ofício.
    Vanda é alegria, é partilha, é casa e coração aberto, é capacidade de união, é muito mais do que posso descrever.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada por me ver assim, com tanto carinho, minha Vanessa Não Maria, broto do Roseiral. Te amo.

      Excluir
  2. Muitas e muitas palavras poderiam ser acrescentadas, mais preciso escrever aqui que por determinacao e minha essência voluntariosa trouxe está irmã e amiga tão querida para realizar seu grande sonho de ser jornalista, nosso pai dizia que era profissão de homem e com meu atrevimento e coragem trouxe para meus cuidados esta irmã que entre trancos conseguiu vencer seus medos e se tornar está grande pessoa. Está e nossa Vanda María.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade, Maria da Vitória. Não fosse você teria sido dificil sair de Paulo Afonso. Lembro ue fui pro Natal de 1979 e só voltei na Semana Santa, em abril de 1980, já matriculada. Papai não teve como impedir. Muito obrigada.

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Quantas moradas tem o seu afeto?

Vanda Amorim · Quantas moradas tem o seu afeto Onde é o seu lugar, o seu lar? Temos um único lar, uma única família ou, como diz na Bíblia sobre a "Casa do Pai", também podemos ter muitas moradas? Acredito nas muitas moradas de Deus e na possibilidade de muitas moradas nossas, nas devidas proporções, claro! Comecei a refletir sobre isso ao acordar hoje, dia em que completo 32 anos que cheguei a Salvador, e resolvi confabular com vocês. Minha morada inicial nesta encarnação é Paulo Afonso - BA. Ali fui recebida por meus pais, Nilton e Nicinha, e por cinco irmãos (três meninas e dois meninos); também por meus avós maternos, Zezinho e Minice, e por tias, tios, primas e primos. Depois recebi com minha família outras cinco irmãs.  E depois mais cinco irmãs e um irmão, trazidos só por meu pai, em nova união. Meu coração aprendeu a amar ali.  Muitos dos que alimentaram este coração já retornaram ao lar espiritual: meus avós, tias e tios. Do lado materno só Manezinho prossegue c

O Filho de Jesus

O papa Bento XVI, recentemente, indignou muita gente mundo afora ao declarar que cristãos são apenas os católicos. Cristão, pelo que tenho estudado, é aquele que segue os ensinamentos deixados por Jesus Cristo, sendo o maior " Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". Jesus Cristo foi um líder - é um líder. E é comum que seguidores de líderes sejam cunhados com algum termo quer faça referência ao líder. Assim é com os budistas. Na política acontece a mesma coisa. Os liderados por ACM eram (são) carlistas; tem (ou tinha) os waldiristas, vianistas, soutistas, lulistas... Mas não quero confabular sobre política partidária. Portanto, voltemos ao tema Cristo. No final da semana passada surgiu uma nova teoria sobre o quadro " A Última Ceia", de Leonardo da Vinci, foco de especulações em todo o mundo desde que o romancista Dan Brown baseou seu livro "O Código Da Vinci" na obra, argumentando em sua história que Jesus casou-se com Maria Madal

A água doce está acabando

Mais de 1 bilhão de pessoas poderão sofrer com a falta de água em um futuro próximo. Essa foi a conclusão a que chegaram os mais de 400 cientistas que participaram, em Bruxelas, da segunda parte de um relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas ( IPCC , na sigla em inglês). Talvez ele quisessem dizer que outros 1 bilhão vão sofrer também com a falta d'água. Sim, porque o Greenpeace vem alertando há tempos que JÁ falta água para cerca de 1,7 bilhão de pessoas em todo o mundo. Alerta, também, que a água doce representa 2,5% do total da água existente no mundo e desta, não podemos beber quase nada, pois 99,7% dela está nas geleiras e sob o solo, nos lençóis freáticos profundos (água subterrânea). Essencial para a vida, a água doce já se esgota em muitas partes do planeta. O Brasil, com uma das maiores reservas do planeta, é um dos países que mais desperdiçam esse recurso. O uso doméstico consome cerca de 10% do total, e economizar água em casa faz muita difere