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Quantas moradas tem o seu afeto?

Vanda Amorim · Quantas moradas tem o seu afeto Onde é o seu lugar, o seu lar? Temos um único lar, uma única família ou, como diz na Bíblia sobre a "Casa do Pai", também podemos ter muitas moradas? Acredito nas muitas moradas de Deus e na possibilidade de muitas moradas nossas, nas devidas proporções, claro! Comecei a refletir sobre isso ao acordar hoje, dia em que completo 32 anos que cheguei a Salvador, e resolvi confabular com vocês. Minha morada inicial nesta encarnação é Paulo Afonso - BA. Ali fui recebida por meus pais, Nilton e Nicinha, e por cinco irmãos (três meninas e dois meninos); também por meus avós maternos, Zezinho e Minice, e por tias, tios, primas e primos. Depois recebi com minha família outras cinco irmãs.  E depois mais cinco irmãs e um irmão, trazidos só por meu pai, em nova união. Meu coração aprendeu a amar ali.  Muitos dos que alimentaram este coração já retornaram ao lar espiritual: meus avós, tias e tios. Do lado materno só Manezinho prossegue c
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Marias e Não Marias - mulheres fortes da minha vida

Minha primeira Maria - Cleonice, minha mãe. Retomo minhas confabulações neste dia dedicado às mulheres. É o que é. Nasci em um lar de muitas Marias. Sete.  Maria Cleonice – minha mãe. Minhas irmãs – Maria de Fátima, Maria da Vitória (sim, da vitória), Vania Maria, Ana Maria, Maria Aparecida. Eu, Vanda Maria (embora só o Yahoo e o pessoal de vendas de telemarketing me chamem assim). Mas não para por aí. Meu lar tem mulheres Não Marias - três. Mirian – homônima de uma tia e de uma prima, devido ao amor que meu pai, Nilton, e meu tio Manoel tinham pela irmã deles, tia Mirian. Tem Vera Lúcia e Kátia Luciana. Homens, só papai e meus irmão Niltinho e Roberto.   Desse grupo, sou a filha do meio. A que teve mais oportunidade de conviver com os cinco que chegaram antes e as meninas que chegaram depois. Talvez pela quebra na diferença de idade. E essa convivência deixou registrado em minha mente e em minha alma a caraterística de cada uma. Mas o entendimento de que minha mãe era uma mul

São Francisco é a inspiração para me livrar de mágoas

Será que somos capazes, mesmo, de fazer exatamente o que pede São Francisco de Assis em sua prece? Você não conhece? Talvez pense que não, mas acho que conhece. Ela diz assim: "Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio que eu leve o amor. Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. Onde houver discórdia, que eu leve a união. Onde houver dúvida, que eu leve a fé..." Sempre achei, no alto da minha presunção, vaidade e orgulho, que eu era, sim, capaz de ser parte dessa oração. Sei, e quem está ao meu redor sabe, que realmente procurei, durante anos, levar amor onde havia ódio, perdoar ofensas, buscar a união e alimentar a fé. Assim fiz para a construção da minha família com o meu amor. Também o fiz para a reconstrução e harmonia da grande família construída por meu pai. Fiz isso por quase uma década, inspirada pelo exemplo de amor e perdão dado por minha mãe. Procurei me aproximar e trazer juntos quase todos, com carinho e atenção. Mas alguma coisa não

Tenho um amor que estava escrito nas estrelas

Quem não tem uma religião ou professa uma fé pode até achar piegas ou presunçoso dizer "Sou uma pessoa abençoada ". Mas, como não ligo muito para o que as pessoas possam pensar, reafirmo para mim mesma que sou, de fato, uma pessoa abençoada.  Hoje, acordei feliz, como na maioria dos meus dias. Dormi e acordei bem, aconchegada ao lado de alguém que parece fazer parte da minha vida desde sempre. Alguns já me disseram que desde outras vida. E não duvido. Pra quê, se ter essa impressão ou informação só aumenta a minha certeza que o nosso amor estava escrito desde sempre? Hoje, 19 de julho, comemoro oficialmente duas datas importantes: a do nascimento e a da formalização do casamento com Roberto. Digo oficialmente porque tenho datas duplicadas. Vai ver que é porque gosto de celebrar a vida e me afirmo como aberta à felicidade.  Nasci dia 17 de julho, mas meu pai, Seu Nilton, ao me registrar acabou colocando dia 19. E recebo abraços nos dois dias. Ninguém chega atrasado. Já

Nilton Amorim:"O trabalho edifica o homem e o estudo alimenta a mente".

Era uma vez um jovem sertanejo, que labutava na roça com seus irmãos e pai na zona rural de Cacimbinhas, Alagoas, mas sonhava com um algo mais.  Aos 17 anos, soube que a Companhia Hidroelétrica de Paulo Afonso - Chesf iria construir uma hidroelétrica em Forquilha, Bahia. Decidiu, então, seguir os passos do irmão mais velho e foi atrás do emprego. Assim começa, na Bahia, a história de Nilton Cavalcante Amorim, meu pai. Nascido em 12 de agosto de 1933, Riacho do Mel, um sitio em Palmeiras dos Índios, Nilton foi o segundo dos 10 filhos de Floriza Cavalcante Amorim e João Braz Amorim, agricultores. Ela, de Pernambuco. Ele, de Alagoas.  Sua infância e adolescência foram vividas entre os povoados Mata Burro, Tingui e Lagoa do Boi, na árdua lida com roças e secas intermitentes. Nem mesmo tinha acesso regular à escola, tamanha a dificuldade enfrentada, comum às famílias no sertão. O irmão mais velho, Manoel Cavalcante Amorim, já tinha seguido para Forquilha e Nilton decidiu re