Era a primeira semana outubro de 1977 e acontecia a novena de São Francisco em Paulo Afonso. O largo da Igreja de São Francisco, pouco mais que uma capela erguida em pedras na área do acampamento da Chesf em 1949, estava movimentado com o pequeno parque de diversões e as barracas de bebidas e comidas. Era um sobe e desce danado de jovens num clima de paquera. Em 3 de outubro, véspera do Dia de São Francisco e do fim da novena, minha irmã Vânia puxa pra sentar na grama conosco aquele por quem havia quase um mês eu suspirava apaixonada na inocência dos meus 15 anos: Roberto, rapaz de Salvador, 20 anos. Dias antes ela tinha nos apresentado.
Passamos parte da noite sentados ao lado da igrejinha, próximos da Roda Gigante, ouvindo Roberto Carlos. Apesar de tímida, tive coragem de pegar na sua mão e observá-la. Você é cigana?, perguntou-me. Respondi que não e fiquei vermelha como se tivesse engolido uma pimenta. Mas continuei com sua mão entre as minhas.
Conversa veio e conversa foi. Por volta das 11 horas (da noite) resolvi ir pra casa e ele resolveu me acompanhar. Eu morava na rua L, por trás da Igreja. Minha casa ficava a menos de 1 km. Desde a saída meu coração já estava pra lá de feliz. Quando nos afastamos uns 50 metros, Roberto pegou na minha mão. Quase tive taquicardia. Olhei para nossas mãos e olhei para ele; fiquei muda de emoção. Caminhamos falando coisas que não recordo. Lembro apenas do calor da sua mão na minha.
A rua, com suas 23 casas, estava deserta. Todos estavam no largo da Igreja de São Francisco. Ao chegarmos defronte à minha casa (a 96), Roberto pegou minha outra mão e me puxou para um beijo. Sempre fui sonhadora e apaixonada pelo céu com a lua e as estrelas. Mas foi com este beijo, carinhoso e sem ousadia, que vi as estrelas mais lindas. Mais uma vez fiquei com o rosto queimando de tão vermelho. Foi apenas um beijo e ele foi embora. Levei horas para pegar no sonho, tão feliz estava.
No dia seguinte, Dia de São Francisco, voltamos a nos encontrar no largo da igreja. Ele pegou na minha mão, me deu um beijo nos lábios e me puxou para entrarmos no circuito do sobe e desce. Assim... sem pedido, sem dúvidas, estávamos namorando e ficamos assim até dezembro, quando ele voltou para Salvador. Por mais dois anos ficamos em um NAD - Namoro a Distância com alguns encontros presenciais e longas conversas pelo telefone, sem contas a pagar, uma vez que era pelo sistema da Chesf. Nosso último encontro presencial foi em 1979. A partir dali fomos nos perdendo de vista. Assim como não teve pedido de namoro, não teve afirmação de que tudo estava acabado. Somente depois de 10 anos nos reencontramos e reiniciamos nossa estória de amor. Devagar fomos reencontrando as emoções e o calor que o toque de nossas mãos provocava em ambos.
Todos os anos lembro do dia 3 de outubro de 1977. E sempre penso no que mudou entre as pessoas que se apaixonam. Hoje - aliás, há várias anos - vejo adolescentes e jovens apaixonados, mas inseguros. Não sabem se estão ficando ou namorando. Na maioria das vezes as meninas namoram meninos que dizem que estão "ficando" com elas.mas também tem meninos que acham que estão namorando meninas que os consideram apenas ficantes. Sempre disse ao meu filho que ficar numa festa é uma coisa. Ficar por seis meses é covardia de enfrentar os sentimentos. Ficam, mas permanecem "amarrados" como se namorados fossem. Por que não assumir que gosta de estar com a outra pessoa? Por que não curtir o namoro? Romance e amor bem vividos fazem bem à alma.
Você tem uma estória de amor? Que tal me contar?
Passamos parte da noite sentados ao lado da igrejinha, próximos da Roda Gigante, ouvindo Roberto Carlos. Apesar de tímida, tive coragem de pegar na sua mão e observá-la. Você é cigana?, perguntou-me. Respondi que não e fiquei vermelha como se tivesse engolido uma pimenta. Mas continuei com sua mão entre as minhas.
Conversa veio e conversa foi. Por volta das 11 horas (da noite) resolvi ir pra casa e ele resolveu me acompanhar. Eu morava na rua L, por trás da Igreja. Minha casa ficava a menos de 1 km. Desde a saída meu coração já estava pra lá de feliz. Quando nos afastamos uns 50 metros, Roberto pegou na minha mão. Quase tive taquicardia. Olhei para nossas mãos e olhei para ele; fiquei muda de emoção. Caminhamos falando coisas que não recordo. Lembro apenas do calor da sua mão na minha.
A rua, com suas 23 casas, estava deserta. Todos estavam no largo da Igreja de São Francisco. Ao chegarmos defronte à minha casa (a 96), Roberto pegou minha outra mão e me puxou para um beijo. Sempre fui sonhadora e apaixonada pelo céu com a lua e as estrelas. Mas foi com este beijo, carinhoso e sem ousadia, que vi as estrelas mais lindas. Mais uma vez fiquei com o rosto queimando de tão vermelho. Foi apenas um beijo e ele foi embora. Levei horas para pegar no sonho, tão feliz estava.
No dia seguinte, Dia de São Francisco, voltamos a nos encontrar no largo da igreja. Ele pegou na minha mão, me deu um beijo nos lábios e me puxou para entrarmos no circuito do sobe e desce. Assim... sem pedido, sem dúvidas, estávamos namorando e ficamos assim até dezembro, quando ele voltou para Salvador. Por mais dois anos ficamos em um NAD - Namoro a Distância com alguns encontros presenciais e longas conversas pelo telefone, sem contas a pagar, uma vez que era pelo sistema da Chesf. Nosso último encontro presencial foi em 1979. A partir dali fomos nos perdendo de vista. Assim como não teve pedido de namoro, não teve afirmação de que tudo estava acabado. Somente depois de 10 anos nos reencontramos e reiniciamos nossa estória de amor. Devagar fomos reencontrando as emoções e o calor que o toque de nossas mãos provocava em ambos.
Todos os anos lembro do dia 3 de outubro de 1977. E sempre penso no que mudou entre as pessoas que se apaixonam. Hoje - aliás, há várias anos - vejo adolescentes e jovens apaixonados, mas inseguros. Não sabem se estão ficando ou namorando. Na maioria das vezes as meninas namoram meninos que dizem que estão "ficando" com elas.mas também tem meninos que acham que estão namorando meninas que os consideram apenas ficantes. Sempre disse ao meu filho que ficar numa festa é uma coisa. Ficar por seis meses é covardia de enfrentar os sentimentos. Ficam, mas permanecem "amarrados" como se namorados fossem. Por que não assumir que gosta de estar com a outra pessoa? Por que não curtir o namoro? Romance e amor bem vividos fazem bem à alma.
Você tem uma estória de amor? Que tal me contar?
Amei o seu post Vanda. Mais delicioso ainda saber que é real. Parabéns!
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ResponderExcluirLindo!!!!!
ResponderExcluirLinda história de amor, e com um final feliz.Parabéns!!
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