Quando saí de Paulo Afonso, aos 17 anos, para estudar no Recife, deixei uma família atormentada pelo AMOR traído. Sentia-me culpada por ter aceitado o incentivo de minha irmã Vitória e partido para buscar o meu sonho de ser jornalista. Lá deixei uma mãe e irmãos sofridos com o amor não correspondido do meu pai. Pelo menos não correspondido como desejávamos. No Recife encontrei amigos, muitos, que trago no coração até hoje: Alexandre, Rejane, Rosineide, Rosália, Ivana, Menezes, Adel Barros. Mas é sobre uma que não está nessa lista que quero falar: Nanci. Da mesma idade que a minha, cabelos loiros, pele bem alva, magrinha, um sorriso meigo e amigo. Foi a primeira pessoa a falar comigo no Colégio Boa Vista. Foi a pessoa que mais ouviu minhas angústias e mais me ofereceu o ombro para chorar minhas tristezas, que naquele momento eram muitas. Passei no vestibular, cursei Jornalismo na Unicap e depois de mais dois anos - totalizando seis no Recife - voltei para Paulo Afonso. Nanci foi pra João Pessoa, na Paraíba.
Apesar da amizade tão forte, perdemos o contato. Os anos passaram e todas as vezes, poucas, em que voltei a Pernambucõ tentava localizá-la. Meu coração sentia sua falta. Queria compartilhar sua meiguice com outras pessoas, principalmente com Roberto, que foi motivo de tanto choro de saudade naquela época e que hoje é motivo de tanto amor e paz. Nunca desisti. No ano passado consegui, finalmente, localizá-la. Nossa amizade prossegue virtualmente. Ainda não nos reencontramos pessoalmente, mas acredito que isso acontecerá em breve.
Resolvi contar essa história ao receber uma mensagem dela sobre o AMOR, uma mensagem forte e que nos faz refletir: Temos escrito corretamente a palavra AMOR? Se você está escrevendo com a palavra TEMPO, sim. Se você não tem tempo escrevê-la, é bom parar para tentar aprender e não chorar depois porque não teve TEMPO. Ainda bem que eu tive tempo de dizer a Nanci que ela continua morando em meu coração. Mesmo que tenha dito mais de 20 anos depois.
Transcrevo o final da mensagem recebida de Nanci.
" Se você não tiver tempo para amar, crie. Afinal, o ser humano é um poço de criatividade. E o tempo...bom, o tempo... é uma questão de preferência. Anda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. "
Vanda, uma das grandes vantagens desse mundo virtual é a possibilidade de encontrar pessoas tão importantes na nossa história. Que bom que vc encontrou sua amiga...beijos
ResponderExcluirvanda,é muito gratificante ainda termos a sensibilidade de dizer o quanto amamos um AMIGO.Hoje entrei nesse site em busca de determinada informação,e me deparo com uma história belissima de VIDA,onde voce nos dá a oportunidade de refletir se estamos realmente escrevendo certo a palavra AMOR EM RELAÇÃO COM O TEMPO.Parabéns,que encontrou sua amiga e tivesse um tempo mesmo que virtual,dizendo o quanto ela significa para voce mesmo que esteja distante.
ResponderExcluirum abraço.
Obrigada, Anônimo. Tenho procurado dizer e mostrar o meu amor sem medo de rejeição. E, olha, reencontrei presencialmente minha amiga Nanci. Continua a mesma pessoa maravilhosa que me cativou tanto. Ela voltou a morar em Recife, com sua família. Mantemos contato por e-mail ou telefone, enquanto não podemos nos encontrar de novo para matar a saudade. Ame sem medo. Amor é pra fazer bem. Se não faz, alguma coisa está errada.
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