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Mostrando postagens de julho, 2009

Equívocos do Território da Paz

Fiquei mais uma vez preocupada com o propósito e a eficácia dos projetos que o Ministério da Justiça, através do Pronasci, está desenvolvendo e desenvolverá em parceria com outras instituições, como Defensoria Pública, Ministério Público, Tribunal de Justiça e outros. Como vocês viram no meu perfil, sou jornalista (POR FORMAÇÃO E VOCAÇÃO) com MBA em Mídia e Comunicação Integrada. Antes mesmo do MBA já procurava, como autodidata, informações para entender a comunicação em um a visão ampla, que não apenas a de repórter. Uma visão de comunicação institucional, corporativa. Isso abre nossos olhos e nossa mente; consequentemente acabamos percebendo coisas que passam em branco para outros. Fui ao lançamento do Território da Paz em Salvador. Saí com duas preocupações. 1) Se este primeiro território é para a comunidade do Beiru (oficialmente Tancredo Neves), porque o evento ocorreu em Narandiba? 2) Este é ainda mais grave, dentro da minha percepção de comunicóloga: no palco, em três fileiras d

Qual o caminho para a paz?

Na próxima quarta-feira,29, o Ministério da Justiça e o governo da Bahia lançam, em Salvador, no bairro Tancredo Neves (Beiru) o primeiro Território da Paz em nosso Estado. Estive, a trabalho, acompanhando uma reunião na Secretaria da Justiça sobre os projetos que estão sendo ou vão ser desenvolvidos na Bahia com recursos do Pronasci - Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. E saí de lá um pouco cética em relação à eficácia dos projetos no alcance do objetivo de conquistarmos um País menos violento e mais seguro para todos. Sabe porque? Porque não tem nenhuma programa que se proponha a oferecer ajuda psicossocial aos pais, principalmente nos bairros com maior índice de violência e criminalidade; principalmente aos pais jovens, que não estão preparados para carregar o bastão da educação, uma vez que seus pais também não tiveram essa capacidade. Em minha avaliação, insistir em cuidar apenas da segurança pública como um caso de polícia é equivocado. É certo que não resolvere

Em briga de pai e mãe a lei mete a colher

Incrível como a lei dos homens tem cada vez mais buscado preencher os buracos pelos homens ao desrespeitarem as leis divinas, principalmente a Lei do Amor. Na última quinta-feira,16/07, gostei muito ao ver que projeto de lei foi aprovado em comissão da Câmara dos deputados prevê a perda da guarda do filho para o pai ou a mãe que tentar desconstruir a imagem um do outro para o filho de forma sistemática. Quando eu falo da lei divina, da Lei do Amor, é porque sabemos que não devemos fazer aos outros o que não queremos para nós mesmos. Então, porque tantas mulheres e homens, ao verem chegar ao fim uma relação, tentam de todas as formas fazer com que a criança passe a odiar um deles? É triste ver que pessoas adultas, quando acham que perderam o que julgavam possuir ( ou outro), usam os filhos para agredir o outro, sem se preocupar com as consequências para a criança, geralmente muito graves. Essa prática nefasta, mas tão comum, é conhecida como alienação parental. Além de afastar a criança

Você tem liberdade de expressão?

Há coisas que não consigo entender, por mais que tenha desenvolvido uma capacidade razoável de interpretação de textos e estudos comparados. Ao derrubar a exigência do diploma de jornalista, sob comando do ministro Gilmar Mendes, o Supremo Tribunal Federal entendeu que "o artigo 4º, inciso V, do Decreto-Lei 972/1969, baixado durante o regime militar, não foi recepcionado pela Constituição Federal (CF) de 1988 e que as exigências nele contidas ferem a liberdade de imprensa e contrariam o direito à livre manifestação do pensamento inscrita no artigo 13 da Convenção Americana dos Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica." Vejamos: A nossa Constituição é datada de 1988, ou seja, completará 21 anos. O Decreto lei 972 é de 1969 - 40 anos, portanto. Em Brasília, senadores, deputados e ministros do STF estão sempre analisando o que é ou não constitucional. As casa legislativas tem suas comissões de Constituição e Justiça com o fim de analisarem a consti

Tomaram meu diploma de jornalista

Sabe quando existe alguma ameaça que você sabe que pode se concretizar, mas não perde a esperança de que seja dissipada e quando ela se concretiza lhe deixa chocada? Pois foi desse jeito que me senti a partir da noite do dia 17 de junho deste ano, quando foi derrubada a exigência do diploma . Havia a ameaça de o Supremo Tribunal Federal cassar o diploma de jornalista - isso mesmo, cassar, porque acabar com a exigência do diploma para o exercício da profissão é cassar o direito de quem o conquistou -, mas ainda tinha esperança que os ministros do STF acordassem e entendessem que o nosso diploma em nada cerceia a liberdade de expressão. Em vão foi minha esperança. Apenas o ministro Marcos Aurélio votou pela manutenção do diploma. Naquela noite, uma quarta-feira, eu estava assistindo ao Jornal Nacional enquanto passava roupa ( minha empregada está de férias), quando ouvi a chamada para a notícia. Fiquei em estado de choque. Aguardei a matéria e depois chorei minha indignação, frustração,

A dor da discriminação

Recebi da minha colega jornalista Jamile Menezes e-mail com a reportagem da jornalista Eliane Brum, publicada na revista Época, intitulada “Então é verdade, no Brasil é duro ser negro?”, que conta a dor da atriz Lucrécia Paco, de Moçambique, que sofreu discriminação racial em São Paulo. Instigada pela repórter sobre ter sofrido discriminação racial na sua vida, a atriz, de 39 anos, contou ter sido discriminada racialmente em um shopping naquele dia (19/06). Uma cliente, loira, a acusou de tentar pegar sua bolsa na fila. Lucrécia estava em uma casa de câmbio para trocar dólares. Num trecho da matéria a repórter relata: " Lucrécia conta que se sentiu muito humilhada, que parecia que a estavam despindo diante de todos. Mas reagiu. “Pois a senhora saiba que eu não sou imigrante. Nem quero ser. E saiba também que os brasileiros estão chegando aos milhares para trabalhar nas obras de Moçambique e nós os recebemos de braços abertos.” A mulher continuou resmungando. Um segurança apareceu