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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

O tempo do jornalista

Como vocês sabem, sou jornalista e moro em Salvador. Aqui, acompanho o conflito vivido pelo meu sindicato - o Sinjorba - e os meus colegas, gerado pela falta de tempo. Tic-tac... tic-tac...tic-tac... Sempre ouvimos dizer que tempo é questão de prioridade. Não temos tempo de ver amigos mas, se um deles morre, paramos para chorar e sepultá-lo. Não temos tempo de brincar com os filhos e, quando percebemos, eles crescem e lamentamos que eles só querem a rua. Não temos tempo para .... e depois... Cada um pode completar com tantas coisas, tanta justificativa para a falta de tempo. Nós, jornalistas, reclamamos dos baixos salários e da exploração dos veículos e das assessorias de comunicação; corremos de um emprego ou assessorado para outro, num corre-corre estressante que já levou muitos de nós para o lado espiritual. Não arranjamos tempo para nada, nem para participar de reuniões e dabates importantes para a classe. Mas queremos que o sindicato faça alguma coisa para resolver a nossa situaçã

Até onde vai sua lealdade?

Depois de assistir ao último filme protagonizado por Will Smith, Sete Vidas , senti martelar dentro de mim a questão da ética pessoal. É ético exigir a lealdade daqueles que nos amam mesmo que para isso essas pessoas tenham que ferir sua própria ética? É ético você, por amor e lealdade, omitir das demais pessoas uma informação que lhe foi confiada sobre um erro que ainda será cometido? Vivendo um drama pessoal, onde não consegue conviver com a culpa pela morte de sete pessoas, o personagem Ben Thomas faz um pacto com o amigo Dan. O amigo bem que tenta escapar do planejado, mas é cobrado na sua amizade, na sua lealdade. O filme, dirigido por Gabriele Muccino, o mesmo que dirigiu Em busca da felicidade , mexe conosco. Ben tenta compensar as sete vidas perdidas ajudando outras sete vidas, desde que elas mereçam. Mas meu ponto de confabulação é sobre o pacto de ajuda e de silêncio com o amigo. Tenho o direito de fazer um acordo quase unilateral com alguém que me ama, mesmo sabendo que esta

Falta de respeito

Acabei de lei uma notícia da redação do Yahoo sobre o cantor Michael Jackson e fiquei impressionada com a falta de respeito com este homem. A notícia trata uma doença infecciosa contraída pelo cantor como " escândalo". Diz : " O astro pop que acaba de completar 50 anos protagoniza mais um escândalo. De acordo com o tablóide britânico 'The Sun', Michael Jackson está doente e sofre de uma infecção na pele chamada MRSA (pronuncia-se marsa), que devora pedaços do rosto e é altamente contagiosa. " Alguém adoecer tão gravemente, seja astro ou não, é escândalo ou tragédia? Fico impressionada, também, sempre que ouço ou leio alguma notícia sobre este homem que se permitiu tantas desventuras acreditando em venturas. A história de Michael Jackson mostra como trazemos para nós consequências muitas vezes danosas por não nos aceitarmos como somos. É certo que cada um sabe onde o sapato lhe aperta e o quanto dói. Mas ele fez sucesso desde menino como o mais brilhante de u

Hotel ou universidade?

Hoje, enquanto almoçava na casa de uma das minhas irmãs, Cida, seu companheiro, Paulo, assistia a um dos programas populares na televisão baiana onde a miséria humana é exposta de forma cruel. Os crimes em todas as suas categorias ali são expostos, condenando como culpados, desde o princípio, algumas pessoas que juridicamente são consideradas suspeitas. Comentei que não gostava de programas deste gênero embora, como jornalista, saiba que é uma face do jornalismo ( se é que podemos chamar assim) muito apreciada pelo povo. Meu cunhado me respondeu que aquilo era a pura realidade. Não discordo, mas não concordo com a humilhação que os " repórteres" fazem com os "entrevistados". Por que só são expostos os "bandidos" pobres? Por que intensificar de forma tão repetitiva cenas de violência - passadas na hora em que a maioria das pessoas almoçam, inclusive. Falei ao meu cunhado de um defensor público da Bahia, Maurício Saporito, que no período em que trabalhava d