Desde criança sou uma pessoa observadora. Aprendo com o que vejo. Se o exemplo for ruim, aprendo a não segui-lo; se for bom, anoto nos caminhos que posso seguir. E tenho recebido oportunidades de aprender, de amadurecer, de me transformar ( ou pelo menos tentar me transformar).
Neste primeiro mês de 2009 tive mais uma lição de como é importante se permitir amar e ser amado, como é importante não trancar a mágoa, como adiar pendências traz consequências drásticas.
Acompanhei a dor de irmãos que já trazem muita dor dentro de si há 26 anos. Adolescentes, perderam primeiro a mãe; seis meses depois perderam o pai. Com o passar do tempo, apesar do grande amor que sentem um pelo outro se afastaram, cada um vivendo a sua vida, adiando reencontros e reconciliações.
Neste mês, foram surpreendidos pela vida, digo, pela morte, única certeza que temos na vida. Um dos irmãos mais novos faleceu e só descobriram dois dias depois, através de terceiros. Cada um reagiu ao seu modo. Todos acusaram o outro e a si mesmo de ter abandonado o irmão. Perderam mais um amor sem ter tempo de dizer eu te amo - você precisa de quê? - estou aqui, conte comigo...
Por que fazemos isso conosco e com os outros? Por que fugimos da realidade? Por que não temos coragem de enfrentar a dor, a mágoa? Por que temos medo de brigar, se necessária a briga é para que se esclareçam fatos, corações sejam aliviados e se alcance a paz?
Mais uma vez a vida me deu uma lição indireta. Sou felizarda, porque assim tenho tempo de refletir e ver o que estou adiando, quais laços estão frouxos ou com nós que precisam ser desatados.
E você? Vai esperar que a vida lhe surpreenda? Tome uma atitude: seja na família, com amigos ou na sua profissão. O tempo que passa não se recupera.
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