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Mostrando postagens de julho, 2008

Gritos de socorro não ouvidos

Hoje, os jornais trazem mais uma notícia de tragédia anunciada. Luciana dos Santos Muniz, de 21 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro Wagner Macedo Alves, de 29 anos. Os dois estavam separados havia três meses. O acusado informou que vinha tentando uma reconciliação mas que Luciana não aceitava . Ela já tinha registrado duas queixas na Delegacia da Mulher contra Wagner, mas conseguira audiência apenas para outubro. Este é mais um grito de alerta, de pedido de socorro, que não foi ouvido pelas autoridades. Lembro-me que, ao dar cobertura jornalística a uma palestra da defensora pública Firmiane Venâncio, coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, no Instituto Steve Biko, algumas alunas do pré-vestibular relataram outros casos como o de Luciana. As mulheres denunciaram, pediram socorro, mas nada foi feito. Elas foram assassinadas. O grito de socorro não ouvido se repete em outras situações, que não necessariamente envolvam homem x mulher que têm ou

Defesa dos jornalistas profissionais

(Fonte: Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco) Os jornalistas brasileiros - em sua cruzada pelo respeito à regulamentação profissional - receberam, hoje (terça-feira, 22/07), o apoio do líder do Governo do Estado na Assembléia Legislativa de Pernambuco, deputado Isaltino Nascimento (PT). O parlamentar publicou o artigo "Em Defesa dos Jornalistas Profissionais" no Blog do Jamildo, pertencente ao Jornal do Commercio/JC Online. Ex-dirigente sindical dos previdenciários, Isaltino afirma que "os profissionais que atuam nesta área necessitam de um alto nível de qualificação técnica, teórica e, principalmente, ética". Por esses princípios, e pela importância para a sociedade de ter uma profissão regulamentada, é que defende a preservação da formação superior e obrigatoriedade do diploma. Leiam abaixo o artigo: Em defesa dos jornalistas profissionais- Por Isaltino Nascimento Como sindicalista de origem não poderia me abster da corrente formada pelos jornalistas profis

Quem cuida de quem deve cuidar de nós?

A Polícia Militar está na berlinda. Tem matado muito, quando deveria cuidar. Não deveria nem mesmo matar bandido - por nossa legislação tinha que prender. É essa a função da Polícia Militar: cuidar da segurança preventivamente das pessoas e prender aqueles que dificultam a ordem pública e a segurança. Não é de hoje que a polícia mata quase tanto quanto prende. Em alguns estados talvez mate muito mais que prende. O despreparo dos policiais torna-se evidente. As balas perdidas mostra a imperícia na técnica de tiro. Sempre questionei isto como jornalista-cidadã. Mas quero aqui confabular sobre eles, os policiais. Quem cuida deles? Ao acompanhar um dos meus cunhados - PM, em tratamento psquiátrico, descobri que o número de PMs da Bahia com transtornos mentais gerados pelo profundo estresse em que vivem é muito grande - pelo menos 1.800 passam por tratamento; muitos sem chance de atividades operacionais. São diversos tipos de transtornos vividos por eles. O medo nosso é o medo deles. Eles t

Direito ao furo jornalístico II

Vamos agora confabular sobre as queixas da Folha Online sobre o furo jornalístico de César Tralli. É crime você conseguir dar uma informação em primeira mão? É crime o jornalista, em sua função de repórter, conquistar a partir da sua dedicação, do seu trabalho, fontes que lhe assegure informações que o levem a um furo? Desde o período que ralei nos bancos da Universidade Católica de Pernambuco, com excelentes professores, como Vera Ferraz e Eduardo Ferreira, nos era apontado que o furo é uma conquista e o mérito é do repórter que soube garimpar boas fontes. Nunca foi dito que era crime. Qual o jornalista que esteja nas fileiras da reportagem não sonha com um bom furo e não fique orgulhoso de ver sua matéria sendo divulgada em primeira mão? Se trabalha com o jornalismo investigativo, então... Estou fora de redações desde final de 1996, trabalhando agora com assessoria de imprensa. Mas tenho orgulho de furos que dei e que estão registrados no meu arquivo pessoal e no arquivo da Tribu

Direito ao furo jornalístico I

Está criada a polêmica entre a Rede Globo e a Folha Online ( e outros jornais), que consideram que o furo dado pelo jornalista Cesar Tralli deu na cobertura da Operação Satiagraha, que resultou na prisão dos banqueiros Daniel Dantas e Naji Nahas, e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. O jornalista será chamado a depor na sindicância da Polícia Federal que apura supostos abusos policiais na Operação Satiagraha, bem como o vazamento de informações da ação. Foi Tralli quem comandou a cobertura do caso para a Globo. O repórter sabia antecipadamente dos mandados de prisão, e de busca e apreensão às casas dos banqueiros Daniel Dantas e Naji Nahas, e do ex-prefeito Celso Pitta. A Globo obteve acesso exclusivo ao momento das prisões e também pôde filmá-las. Tralli também teve acesso ao conteúdo das decisões judiciais que permitiram a operação. Todas as informações foram exibidas anteontem e ontem no "Jornal Nacional". O diretor -executivo de jornalismo da Central Globo de Jornali

Manifesto à Nação

Em defesa do Jornalismo, da Sociedade e da Democracia no Brasil A sociedade brasileira está ameaçada numa de suas mais expressivas conquistas: o direito à informação independente e plural, condição indispensável para a verdadeira democracia. O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar o Recurso Extraordinário (RE) 511961 que, se aprovado, vai desregulamentar a profissão de jornalista, porque elimina um dos seus pilares: a obrigatoriedade do diploma em Curso Superior de Jornalismo para o seu exercício. Vai tornar possível que qualquer pessoa, mesmo a que não tenha concluído nem o ensino fundamental, exerça as atividades jornalísticas. A exigência da formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade, que modificou profundamente a qualidade do Jornalismo brasileiro. Depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo, derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso a um tempo em q