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Incesto em debate


O que é o certo e o que é o errado? Quem determina isso: as leis ou as religiões, ou ambas? Quero confabular sobre uma notícia publicada em curiosidades, na Tribuna da Bahia de hoje. Vejamos: Um casal de irmãos alemães, que há anos têm um relacionamento estável que deixou como frutos quatro filhos, apresentará uma petição no Tribunal Constitucional (TC) com o objetivo de obter a legalização da união. “Antes do final de Fevereiro, apresentarei a reivindicação ao TC”, disse um dos advogados do casal, Endrik Wilhelm. O casal Patrick S., 30 anos, e Susan K., 22 anos, moram juntos com sua filha mais nova, Sofia, de 1 ano. Tanto o casal como seu advogado parecem estar convencidos de que conseguirão declarar inconstitucional o artigo 173 do código penal, que qualifica o incesto como crime e fixa penas de prisão de até 3 anos para quem tiver relações sexuais com os filhos, e de até 2 anos para os que fizerem o mesmo com o pai, a mãe, o irmão ou a irmã. Joachim Frömling, outro advogado do casal, considera o artigo 173 “uma violação aos direitos fundamentais e uma relíquia histórica”. Em 2002, Patrick S. foi condenado a 1 ano de prisão após gerar seu primeiro filho, Erick, mas ganhou liberdade provisória.

Esse tema - incesto - se entrelaça com o tema abordado ontem - homossexualismo. Fomos criados sob a orientação de que o homem tem que se relacionar com a mulher para formar uma família. Esse relacionamento não pode ser entre filhos e mães, filhas e pais ou irmãos com irmãs.

Do ponto de vista legal, a sociedade brasileira criminaliza a prática do incesto. Segundo a interpretação do Código Penal, o incesto praticado por adultos contra crianças abaixo de 14 anos é considerado violência sexual, independente de ser empregada a força física. Por outro lado, o Código Civil proíbe casamento entre parentes de primeiro grau (pais e filhos, irmãos e irmãs. A proibição social e/ou legal do incesto existe praticamente em todas as culturas e sociedades. Essa interdição transformou a prática do incesto em um tabu, o que o torna tema controverso, obstando uma abordagem mais isenta de valores de julgamento morais.

Pesquisando na web descobri que, segundo ongs internacionais, as relações homossexuais são condenadas pela lei em pelo menos 80 países, entre eles a Arábia Saudita e o Irã, que a punem com a morte. No Brasil o homossexualismo não é criminalizado, mas para muita gente é considerado pecado, assim como o incesto.

Newton Simões, coordenador do Instituto Espírita Boa Nova (ao qual frequento), diz que não é a lei que torna algo pecado; apenas o torna proibido. O pecado só existe dentro da nossa consciência. O que é pecado pra mim pode não ser pra outra pessoa.

Nossa confabulação, neste tópico, é se o incesto é pecado, além de crime. Qual a sua avaliação sobre o casal citado aqui? Aguardo sua opinião.

Comentários

  1. Infelizmente vivemos em uma sociedade tabulada e formatada não pelas leis naturais e sim por filosofias e regras criadas pelo homem. Muitas vezes criadas de forma tendenciosa e contextualizadas. Da mesma forma que até pouco tempo, se observava leis absurdas pregando a servidão e inferioridade da mulher.
    Podem rotular de imoral, pecado, depravação ou mesmo de repugnante a questão do incesto. Porém, sabemos intimamente, guardado no fundo de nosso baú das fantasias e desejos, que um dia já nutrimos, no mínimo, algum tipo de pensamento erótico com nossos pais ou irmãos.

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  2. Isto pode originar-se de uma natural e inocente masturbação, ou mesmo de um ato mais ousado, mas não menos inocente, diante daquele ou daquela que a legislação não permite ou, em tempo legalmente proibido pelas doutrinas. Talvez uma simples empolgação que desperte do sono aquela que analisamos e tocamos, basta para desencadear todo esse pesadelo, que o levará até mesmo ao exílio sexual por tempo indeterminado.
    Conseqüência de aceitarmos e mergulharmos, sem fazermos qualquer questionamento, nas legislações oblíquas e ortodoxas impostas e sem embasamento humano.
    Por tudo isso, apenas me considero uma pessoa de sorte. Sim, pois poderia ter sido preso, apedrejado ou até mesmo enforcado em praça pública. Visto que meu crime foi premeditado, ao controlar horários de banho e de dormir da "vítima". Não seria difícil enquadrar-me como reincidente, praticamente um "serial pervertido". Por uma ou duas vezes, a casa teria caído e seria enquadrado em formação de quadrilha, ao compartilhar as experiências com um primo. Não diria que fui um profissional, pois me descuidei com as pistas...como digitais e outras provas no local do crime.

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  3. Não fosse assim, não teríamos milhares de contos eróticos sobre esse tema, sendo os mais visitados dentre todos os demais tipos de "perversões". São criadas diversas teorias técnicas, religiosas, psicológicas... distúrbios com nome e sobrenome são definidos por estudiosos ao longo de toda a história dos seres humanos. No entanto, para muitos, é fácil definir como aberração. Imagino que os mais exaltados e acalorados ataques sobre esse tema, advenham daqueles que guardam a oito chaves suas mais envergonhadas fantasias e desejos.
    Porém, tenho convicção de que ninguém busca o desejo por alguém. Ele acontece de forma natural e espontânea. O menino quando se inicia na fase de curiosidade e descobertas, busca as respostas naquilo que está mais próximo, mais acessível e, principalmente, onde tem confiança e afinidade. E tudo isso se concentra na mulher mais importante de sua vida, a mãe ! Assim também pode, e naturalmente acontece, com as meninas, que buscam no sentimento de proteção, no colo e no afago do homem que amam, àquela altura, explicações para os desejos e curiosidades.
    No entanto, algo de proporções inimagináveis pode surgir da reação que os pais têm ao deparar-se com essa situação. Pela ignorância e embebidos nas regras vulgares, acabam por tomar atitudes coibitivas e ostensivas na punição, deflagrando nas cabeças em formação, indevidamente, conceitos deturpados sobre o sexo. Aquilo que antes parecia uma brincadeira, natural e divertida, passa a ser visto como nojento e pecaminoso. E essa convicção será carregada por, possivelmente, toda sua vida.

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  4. Enfim, me mantenho no anonimato por todos esses anos, porém, posso desfrutar de boas recordações. Talvez não só minhas. Mas certamente, inocentes recordações. Recordações de uma criança descobrindo brincadeiras de adulto. Mas, até hoje não entendi, porque os adultos levam tão a sério essas brincadeiras ? A ponto de se criar regras e punições para quem brinca. Tudo bem, deixa de ser brincadeira quando um dos envolvidos não quer participar. Mas isso só acontece, tenho certeza, porque transformaram a brincadeira em pecado. Do contrário, a natureza tomaria conta disso tranquilamente.
    Bem, se quiserem trocar idéias ou mesmo me apedrejar virtualmente, meu e-mail é giggio_bsb@hotmail.com
    OBS: pena que só vi esse debate 3 anos após seu início e fim. Mas espero que considerem minhas mal traçadas e destoadas linhas.

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  5. Oi, Giggio. Concordo com você. Cresci em uma família numerosa e sei que o corpo, assim como o prazer que ele pode proporcionar, é descoberto na infância, de forma compartilhada com irmãos, irmãs, primos ou vizinhos amigos. Sei, também, que a reação comum dos adultos é oda agressão e repressão. O sentimento de pecado advém desse choque, quando o momento passa de uma brincadeira inocente, sem malícia, para algo pecaminoso, sujo.
    Fico imaginando como os países onde o incesto é criminalizado reagirão, ou controlarão os casos que certamente surgirão a partir dos filhos gerados por inseminação por bancos de espermatozóides. Com certeza haverá no futuro muito irmão se apaixonando e formando famílias, muitos na completa inocência de não se saber irmãos.

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    1. Wanda,bom dia! Seu comentario nao ficou claro para mim,mas,pelo que entendi,vc já praticou,e te trouxe prazer,então a pergunta é: por que parou? Se deu prazer,te fez feliz,e não é esse o objetivo da vida? Prazer e felicidade? Pense nisso e perdoe se me enganei.

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  6. Bem, o que dizer? Vou tentar relatar o que se passa comigo, conheci meu pai aos 17 anos, e me apaixonei, mas nao tivemos muito contato, fizemos o dna e pronto, nos reencontramos agora 12 anos depois e descobri que ainda sentia algo por ele, mas nao toquei no assunto. Um dia fomos ao circo e ao me deixar em casa na despedida ele quase me beijou, senti que me desejava mas disfarcei, sonhei muitos dias com esse beijo... Da ultima vez que ele veio me visitar, bebemos alguns litros de vinho e fomos assistir um filme na sala, quando percebemos ja estavamos nos beijando apaixonadamente, outro dia papai confessou que me ama desde que nos conhecemos, sempre nos beijamos muito, mas nunca passou disso, nós nos amamos e nos desejamos mas ainda ha o medo do pecado, é muito triste estar longe e nao poder amar, espero que um dia aconteça sem culpa... Mesmo por que o amor nasce em nosso coração e nada podemos fazer...

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    1. Acho que deveriam dar vazão ao que sentem,pois a vida passa,e o que ficam,são as lembrançase frustrações de não ter o que lembrar com saudades,e quanto ao pecado,ele já existe na intenção,partindo deste principio,voces estão perdendo tempo,e fica uma pergunta: Quem criou o desejo entre um homem e uma mulher?

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  7. Por que estamos debatendo um assunto tão relevante,de forma anonima? Gostaria de mostrar a cara,pois os grandes martires mundiais,assim o fizeram ao abraçar uma luta,um ideal,quanto ao assunto em questão,a minha opinião é de que,todas as formas de amor são válidas,não existe certo pu errado,quando o assunto envolve uma relação afetiva,como podemos julgar o que só quem sente,conhece a força que exerce sobre si? Se houver paixão,tesão,amor,atração fisica ou coisas similares entre co-sanguineos,como pode a sociedade julgar? Acho que só caberia um julgamento,se a mesma sociedade que julga(e condena),tivesse um meio de evitar que o sentimento brotasse no coração dos envolvidos,não veria problema se,um dia,me descobrisse apaixonado por mãe,irmã,prima ou sobrinha,conversaria com ela,e se ela estivesse tambem interessada,rolaria sem culpa,pois a vida tem algumas peculiaridades,ela é curta,única e exclusiva de cada um,e cada um,escreve sua história de acordo com o que lhe faz feliz,na minha novela,eu escolho os atores,a história e o papel principal,sempre é meu,e nela,não há personagens,só pessoas reais!

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